Thomas Erdbrink / The Washington Post
Uma unidade da polícia iraniana formada para combater supostos crimes cometidos na internet está desempenhando papel-chave num conflito cada vez mais intenso entre os EUA e o Irã em batalhas travadas on-line.
As forças da "polícia cibernética" fazem parte de uma ampla iniciativa de Teerã para bloquear o acesso a sites estrangeiros e redes sociais considerados uma ameaça à segurança nacional. Funcionários da República Islâmica dizem que precisam controlar as páginas que os iranianos podem ter acesso para evitar a espionagem e a exposição da população do país a conteúdo imoral. E acusam os EUA de travar uma guerra eletrônica contra o Irã ao tentar estabelecer contato com os iranianos, pela internet, para tentar incitá-los a derrubar seus líderes.
Na quarta-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton deu força a essas acusações, dizendo que, em 2009, funcionários de Washington pediram ao Twitter um adiamento na manutenção dos seus serviços para que o microblog estivesse disponível a iranianos que quisessem organizar protestos contra a contestada vitória de Mahmoud Ahmadinejad nas eleições.
A rádio estatal iraniana respondeu na quinta-feira, citando os comentários de Hillary como prova de que os EUA teriam usado empresas americanas da internet para influenciar a situação dentro do Irã. Em entrevistas aos canais em farsi da BBC e da Voice of America, Hillary anunciou o plano dos EUA de abrir uma "embaixada virtual" dedicada ao Irã, trazendo informações a respeito da concessão de vistos e dos programas voltados aos estudantes. Mas a iniciativa deve ser frustrada pelas autoridades iranianas, que cada vez mais recorrem a programas de filtragem para bloquear o acesso a sites como o da CNN.
Há momentos em que o próprio mecanismo de buscas do Google é bloqueado. As tentativas de acessar os sites são redirecionadas a uma página mantida pelo governo de Teerã que contém a mensagem: "Caro usuário, de acordo com a lei as visitas a esse site maligno são proibidas". As únicas páginas de mídias sociais que os iranianos têm permissão para acessar são as hospedadas no próprio país.