Julia Affonso
21 Fevereiro 2019 | 12h27
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal, em Cuiabá, deflagraram nesta quinta, 21, a segunda fase da Operação Data Leak, investigação sobre comércio ilícito de bases de dados sigilosos da DataPrev, Siape, prefeituras e do Exército.
Os agentes cumprem cinco mandados de prisão temporária e dez de busca e apreensão em Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e Rio. Um mandado de prisão se refere a um funcionário da DataPrev do Rio suspeito de corrupção, violação de sigilo funcional e vazamento de dados sigilosos.
A primeira fase da investigação foi aberta em 11 de dezembro do ano passado. Na ocasião, foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão, todos expedidos pela 5.ª Vara Federal de Cuiabá.
O nome Data Leak faz referência ao vazamento de dados sigilosos que chegam ao poder de pessoas que praticam o comércio clandestino de informações financeiras e pessoais de funcionários públicos e segurados do INSS.
Segundo a PF, os receptadores dos dados, por sua vez, vendem as informações para escritórios de advocacia e de contabilidade, financeiras e empresas de cobrança, ‘auferindo expressivos lucros na transação’.
A PF apurou que essas empresas chegam a faturar mais de R$ 2 milhões por mês com o comércio dos dados protegidos.
O Ministério Público Federal pretende obter o sequestro de bens que superam o valor de R$ 10 milhões. Na primeira fase foram apreendidos vários veículos de luxo dos investigados.
Os envolvidos no golpe estão sendo indiciados e responderão criminalmente por vazamento e receptação de dados públicos sigilosos, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional e participação em organização criminosa