A Operação Atlântico III, que acontece até a próxima sexta-feira (30) nos estados das regiões Sudeste e Sul do país, tem como resultado principal o aprendizado para as Forças Armadas, aliado ao fato de proporcionar à Marinha, ao Exército e à Força Aérea a atuação em grupo sob o comando do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), do Ministério da Defesa.
A avaliação foi feita hoje pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, após participar de reunião na Escola Naval, no Rio de Janeiro, quando foram apresentados os principais resultados da operação de adestramento das três Forças.
O exercício emprega 10 mil militares numa área denominada Amazônia Azul, compreendendo os estados do Rio, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
“O resultado principal é o aprendizado. Saber operar em conjunto. Marinha, Exército e Aeronáutica participam de forma integrada. Pelos depoimentos que ouvi, se tivermos uma situação de guerra, as Forças estão prontas para operar em conjunto”, afirmou o ministro.
De acordo com o relato do comandante da operação, almirante Gilberto Max Roffé Hirschfeld, alguns pontos estão sendo anotados e servirão para ajustes futuros. “Nós temos que evoluir e aprender bastante. É importante termos a sinergia entre as Forças Armadas”, apontou o almirante.
Atlântico III
A Operação Atlântico III é uma etapa de adestramento que teve início no dia 19 de novembro. Os exercícios estão focados na proteção da área do pré-sal, bem como em importantes pontos da costa brasileira, como usinas nucleares e hidrelétricas, refinarias de petróleo e redes de comunicação. Durante o exercício fictício, tropas militares atuam para que os ataques inimigos sejam neutralizados e não destruam infraestruturas críticas do país.
Nações nas cores verde e amarelo foram criadas em um continente denominado “Ameríndia do Sul”. Neste campo, tropas aliadas tentam defender o território das ações do país inimigo. Parte das operações transcorrem com utilização de estrutura física, embora os ataques não sejam reais, e outras investidas se limitam a exercício de fixação.
Para o brigadeiro Ricardo Machado, da Chefia de Operações Conjuntas do EMCFA, a interoperabilidade é o fator principal no exercício. A opinião é compartilhada pelo almirante Luiz Henrique Caroli, vice-chefe de Operações, que participa do exercício.
Um dos destaques da ação foi o emprego do avião P3. Trata-se de uma aeronave de patrulhamento marítimo de longo alcance. Foi o primeiro exercício com a participação deste equipamento, e os resultados foram considerados satisfatórios.
À tarde, oficiais generais do EMCFA seguiram para a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, para acompanharem de perto o exercício de ocupação da unidade de refino de petróleo. Na região, as Forças estão atentas também para as usinas nucleares Angra I e II; a represa de Funil, no município de Resende, na região Sul do estado do Rio; as redes de transmissão de energia de Furnas e as antenas de comunicação da Embratel em Tanguá, também no território fluminense.