Os voos simultâneos, a atuação conjunta com militares do Exército, o lançamento de paraquedistas e cargas e o intenso trabalho de preparação e logística marcaram os três dias da Operação Saci, realizada na Base Aérea dos Afonsos (BAAF). As missões deixam um legado de aprendizado e operacionalidade para unidades da Força Aérea Brasileira que integraram o exercício.
"É uma operação diferenciada, na qual temos a oportunidade de colocar em prática vários tópicos da nossa doutrina e, principalmente, empregar aeronaves com performances distintas. É um ganho operacional muito grande", garante o comandate do Esquadrão Onça (1/15), Tenente Coronel Luiz Guilherme da Silva Magarão.
O montante de aeronaves e militares envolvidos simulou o que seria o mais próximo de uma situação real. "Um adestremento desse porte, para a Base Aérea, no aspecto logístico é fundamental para que seu efetivo esteja pronto para o momento em que for necessário cumprir a nossa missão", destaca o Comandante da BAAF, Coronel João Bosco.
Segundo o Comandante do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa ( 1 GTT – Esquadrões Coral e Cascavel), Tenente Coronel Marco Aurélio de Oliveira, a integração com militares do Exército é decisiva. "Se a nação brasileira demandar, quem irá resolver é a Aviação de Transporte e os paraquedistas, que são os primeiros a chegar na guerra".
Amazonas e Hércules lançam mais de 1300 paraquedistas em um dia
Equipar, fazer camuflagem, deslocar e embarcar na aeronave. Essa cena se repetiu várias vezes, na Base Aérea do Afonsos (BAAF), durante a Operação Saci. Em um único dia, 10 aeronaves da Força Aérea Brasileira foram empregadas no lançamento de 1324 militares da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército.
“A maioria das missões, do nosso dia a dia, o vetor é empregado isoladamente. Aqui, tem que haver coordenação muito grande entre as aeronaves que estão participando do voo e também com a tropa paraquedista para que tudo ocorra na maior segurança possível. É uma opotunidade que temos de treinar nossos pilotos e as nossas tripulações”, destaca o comandante do Esquadrão Onça (1/15 GAv), Tenente Coronel Luiz Guilherm da Silva Magarão.
Os momentos que antecedem os saltos são marcados por preparação. “Ficamos na expectativa de todos os briefings e todo o planejamento saiam como foi previsto”, explica o Comandante do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista (Batlhão Santos Dumont), Coronel Antônio Manoel de Barros. Ele lembra que para a segurança do salto entra a figura do mestre de saltos.
Em um dos Hércules que participou do assalto, o mestre de saltos era o Tenente Heitor de Oliveira Silva. Segundo ele, para exercer essa função o militar passa por um treinamento específico. “A formação do mestre de salto é realizada posteriormente à formação básica paraquedista. Trata-se de um curso de cinco semanas, no qual ele obrigatoriamente executa toda a parte teórica, seguindo manuais que preconizam todas as normas necessárias. Após quatro semanas, inicia-se a parte prática. Na quinta semana, o militar sobe na aeronave, executa todo procedimento e é avaliado. Em sete lançamentos, e não pode cometer nenhum erro”.
Quatro toneladas de carga são lançadas de aeronaves da FAB
Durante uma guerra, tropas em chão se encontram em uma situação em que necessitam de viaturas e suprimentos. A forma mais rápida para que o material chegue é pelo ar. Essa foi a missão relizada na manhã de hoje (18/11), na Operação Saci, por aeronaves da Quinta Força Aérea. Demonstrando operacionalidade e capacidade de atuar de forma conjunta com militares da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, 4.250 quilos de carga foram lançadas em Itaguai. Embarcado na Base Aérea dos Afonsos, o material incluiu água, ração operacional e duas motocicletas.
A carga passa por um processo de preparação e embalagem para que chegue sem danos no chão. O material é colocado em uma plataforma e é envolvido por amarrações, paraquedas e sistema de tração específicos. No avião, o mestre de lançamentos realiza inspeções nos pontos de cheque previstos e deixa a carga em condições de ser liberada pelo piloto.
Antes da decolagem, a tripulação da aeronave é informada sobre as coordenadas em que a carga deve ser lançada. "Nessa operação estamos fazendo a manutenção operacional dos nossos tripulantes em lançamento de pessoal e de carga", ressalta o Major Aviador André Luiz Pereira de Souza, integrante do Esquadrão Gordo (1/1GT).
Fonte: Agência Força Aérea