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O BNDES NO PRÓXiMO GOVERNO

 

Armando Brasil

O BNDE foi criado em 1952 e pode ser apontado como o grande promotor da industrialização do Brasil. Foi um banco de Estado, voltado para o desenvolvimento do Brasil, apoiado em um projeto nacional. Trinta anos depois, foi transformado em BNDES e desde então pela inexistência de um projeto nacional para o país, vem operando como um banco de governo cometendo sucessivos equívocos.

Está mais do que na hora do banco voltar a pensar dentro de uma visão de banco de Estado olhando o longo prazo. Assim sendo, deve se dedicar prioritariamente a quatro campos de atuação ou funções principais:

I) Indústria – O BNDES possui uma atuação histórica de apoio à Indústria nacional, mas agora o BNDES deve se dedicar novamente e fortemente ao apoio à Indústria. Isto deve ser feito a partir, principalmente, das demandas da Infraestrutura. Deve apoiar, também, a promoção efetiva dos segmentos mais complexos, na sua modernização e no aumento de produtividade, inserindo o parque industrial brasileiro, efetivamente, nos campos da Inovação. Para tanto, deve dar total apoio a Automação Industrial, Manufatura Avançada e Indústria 4.0 buscando a conectividade e integração das máquinas, equipamentos e sistemas industriais e o uso de plataformas digitais.

II) Defesa – O BNDES deve se dedicar com coragem e ousadia no fomento e apoio à Base Industrial de Defesa (prontidão industrial), provendo financiamento, em cooperação com o Ministério da Defesa e os Comandos das 3 Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica), às cadeias e arranjos industriais que atuam de forma dual no âmbito da Defesa. Para tanto, BNDES pode apoiar todos os projetos estratégicos relacionados à Defesa Nacional, naquilo que concerne às Forças Armadas, a exemplo, dentre outros, do SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) e do projeto KC-390.

III) Pesquisa – O BNDES deve fomentar a pesquisa e a inovação em áreas e setores que o Brasil possui vantagens comparativas em função de seus recursos naturais como o nióbio, terras raras e grafeno dentre outros, no campo mineral e na área de fármacos e química fina, em função do banco natural de biodiversidade que o país possui. A incorporação da FINEP ao BNDES seria um caminho importante para o sucesso da pesquisa no Brasil.

IV) Infraestrutura – Por se tratarem de inversões necessárias e vultosas, cujos retornos, efeitos e consequências são operacionalizados a longo prazo, preparando o País para a recepção de investimentos privados em bases modernas, o BNDES pode atuar em parceria com o setor privado. Isto poderá ser através ou não de parcerias público-privadas (concessões patrocinadas), provendo apoio, por exemplo, aos segmentos de Saneamento, Energia (hidroelétricas na região Norte, eólica e solar), Mobilidade Urbana, Desenvolvimento Urbano, Logística e Telecomunicações.. Mas é de fundamental importância alterar-se a Lei das Concessões.

 

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