Nos dias 4, 5 e 6 de setembro, foi realizado, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), o XVII Ciclo de Estudos Estratégicos, que teve como tema “Uma nova Agenda de Defesa Nacional para o Brasil”.
Abrindo as discussões nesse primeiro dia, o Deputado Federal Evandro Herrera Bertone Gussi ressaltou a posição da ECEME como “um ícone da educação”, não somente na área militar, por servir como exemplo para todo o Brasil.
Elogiou, também, a iniciativa do Ciclo como um modelo de atividade acadêmica de grande importância para a difusão da temática da Defesa no âmbito da sociedade. Destacou, ainda, o significado do binômio liberdade-responsabilidade para a segurança, afirmando que, sem a responsabilidade social, não há segurança.
Segundo ele, uma agenda de Defesa não pode ignorar nossos antecedentes históricos, como Guararapes, síntese da nacionalidade brasileira, nem nossos heróis, como o Duque de Caxias.
Na sequência, o Jornalista Marcelo Rafael Rech lembrou que “há um certo desconhecimento da sociedade sobre o que o Congresso Nacional faz pela Defesa Nacional”, particularmente por meio da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), cuja criação, em 1996, foi anterior à do Ministério da Defesa (1999).
O palestrante enfatizou as prerrogativas da Comissão e alertou que, antes de se falar sobre orçamento para as Forças Armadas, é preciso mostrar ao Congresso Nacional a importância que possuem e o quão imprescindível é, para o País, a atividade executada por elas.
Na mesma apresentação, o Jornalista tratou sobre a importância de serem oferecidos, pelas Forças Armadas, cursos para os formadores de opinião e para a mídia, de modo a levá-los a compreenderem melhor o papel dessas Instituições.
Segundo ele, as Forças deveriam repensar as formas de se comunicarem com a sociedade, que, por sua vez, necessita de maior acesso às publicações militares, como revistas e vídeos, por exemplo.
Encerrando as atividades desse primeiro dia, o Vice-Almirante Carlos Afonso Pierantoni Gambôa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), demonstrou a importância da base industrial de material de defesa para a soberania e o desenvolvimento nacionais.
Ressaltou que a indústria de defesa e segurança englobam tanto aspectos estratégicos, geopolíticos e soberanos, quanto econômicos, que se refletem no desenvolvimento nacional. Para ele, a integração Governo, Indústria e Academia, formam uma “tríplice hélice” que é fundamental para o País, e a indústria de defesa é um dos pilares da soberania nacional.
Por isso, deve-se deixar bem claro, para a sociedade, que Defesa não é gasto, mas, sim, investimento. A atividade foi marcada pelo elevado padrão das apresentações e a conjunção de público civil e militar, principalmente pela participação do universo acadêmico, com alunos da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerias (PUC/MG) e do IBMEC, que puderam ratificar a importância e a repercussão altamente positiva do evento, como fator de projeção da ECEME e do Exército Brasileiro.