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Ministro da Defesa: “Política de Defesa é política de Estado”

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, propõe a união de todas as forças políticas no fortalecimento das Forças Armadas e na indústria de defesa do país.

“Aqui o abraço tem outra dimensão. Ele é verde e amarelo. Temos a missão que é a defesa do país. Isso independe da coloração partidária”, destacou em discurso para uma plateia composta por parlamentares, empresários e militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Wagner iniciou o pronunciamento destacando a importância de se criar uma frente parlamentar mista. Segundo o ministro, a participação de deputados e senadores permitirá mais agilidade no andamento de temas que são de interesse do setor. O ministro citou como exemplos a revisão de três documentos importantes: a Estratégia Nacional de Defesa (END), a Política Nacional de Defesa (PND) e o Livro Branco da Defesa Nacional.

O ministro destacou também a importância do uso dual dos produtos de defesa, que podem ser utilizados tanto no meio civil, quanto no militar. “Isso significa agregar valor que transborda para a indústria comum”, disse. Em sua fala, o ministro ainda chamou atenção para a importância de equipar as Forças Armadas, mesmo sendo o Brasil um país pacífico: “isso é uma forma de dissuasão”, afirmou.

"Investimento em Defesa é uma questão de soberania nacional. Nossos investimentos representam 1,5% do PIB. Está abaixo da média mundial, mas posso assegurar que a Defesa está numa posição melhor se comparada com outras áreas. Na próxima semana, os comandantes das Forças Armadas vão se reunir com a secretária geral do ministério para definir o contingenciamento. Posso garantir que estamos trabalhando para não descontinuar os projetos”, disse Wagner. O ministro disse ainda que em conversas sobre o assunto com a presidenta da República, Dilma Rousseff, ele têm destacado a importância dos recursos de sua pasta.

Ainda no pronunciamento, Jaques Wagner enfatizou que a ida para o Ministério da Defesa foi uma escolha pessoal. “Não estou aqui mandado. Acho a Defesa um setor estratégico e toda essa parceria é a melhor possível”, defendeu.

Estados Unidos

Wagner aproveitou o evento para deixar um desafio aos parlamentares. Segundo explicou, há um acordo que precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional. O documento permitirá a troca de informações entre as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos. O objetivo é que o documento seja levado para chancela no fim do mês, quando o ministro estará nos Estados Unidos junto com a presidenta Dilma.

“É um acordo de alto nível sobre troca de informações. Ele precisou ser reavaliado em função da Lei de Acesso à Informação (LAI), mas já está sendo enviado para o Congresso pela Casa Civil. Então, o primeiro pedido que faço à frente parlamentar é que nos ajude a aprova-lo para que possamos assiná-lo na visita oficial aos Estados Unidos”, afirmou.

O ministro também convidou os empresários a integrarem a comitiva. Ele sugeriu que as indústrias brasileiras identificassem empresas norte-americanas de interesse para que seja agendado o encontro bilateral.

Frente parlamentar

Instituída em 12 de março de 2015, a Frente Parlamentar Mista da Defesa Nacional é presidida pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e composta por 200 parlamentares, entre deputados e senadores. No discurso de abertura da cerimônia de instalação da frente, Zarattini explicou que a constituição desse grupo parlamentar ocorre num momento especial “onde começamos a discutir a revisão de documentos fundamentais para o setor”.

Por sua vez, segundo destacou, o ano também é marcado “pelo ajuste fiscal” e, por este motivo, é preciso se debater a necessidade da “continuidade dos projetos estratégicos de defesa”.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Sami Hassuani, apresentou alguns números de um estudo elaborado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) sobre o segmento. Segundo o documento, as indústrias de defesa representam 3,7% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Porém, com os investimentos necessários, é possível que esse patamar chegue a 8% do total de riquezas do Brasil.

Para o empresário, o aporte de recursos tem efeito multiplicador na economia, com geração de emprego qualificado e aumento de renda para o trabalhador. O estudo será divulgado em sua íntegra no próximo mês em evento que está sendo preparado pela entidade para acontecer em São Paulo.

A cerimônia de instalação da frente parlamentar contou com a participação do comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira; do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; do chefe do Estado-Maior Conjunto das forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi. O comandante do Exército, Eduardo Dias Villas-Bôas foi representado pelo general Joaquim Maia Brandão Junior. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, se fez representar pela secretária executiva Emília Ribeiro.

Ver Matéria do Correspondnete de DefesaNet

Ministro garante continuidade dos programas no lançamento da Frente Parlamentar Mista de Defesa Nacional Link

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