Fernando Azevedo
Ministro da Defesa
Há 20 anos, civis e militares se uniam para construir uma pasta da Defesa. Era o início de uma transformação necessária para acompanhar as dimensões do Brasil no cenário geopolítico mundial e à modernização técnico-operacional da área militar. Engana-se quem pensa que são apenas duas décadas de história. As origens da Defesa vêm da criação dos ministérios da Marinha e do Exército, em 1822, e do Ministério da Aeronáutica, em 1941. Por isso, a nossa principal missão é preparar as Forças Armadas, mantendo-as em prontidão permanente para serem empregadas na defesa da pátria, na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem.
Com o tempo, a Defesa assumiu competência em outros temas importantes para a nação, em um constante esforço de manter as Forças modernas e compatíveis com a estatura do país. O ministério uniu o empenho de instituições sólidas de Estado, cujos projetos perpassam governos.
O trabalho conjunto possibilitou o aumento das capacidades operacionais das três forças, por meio de programas e projetos de transferência e desenvolvimento de tecnologias, como Submarinos (Prosub); o Sistema de Mísseis e Foguetes Astros 2020; o Projeto FX-2, para aquisição de aeronaves de caça Gripen; e o Sistema de Monitoramento de Fronteiras, importante no combate a ilícitos que se refletem na segurança das nossas cidades.
Sempre obediente aos princípios constitucionais que regem as relações internacionais, consolidamos uma diplomacia militar de Defesa, privilegiando a solução pacífica das controvérsias e apoiando o multilateralismo — o que nos assegura reconhecimento internacional.
Além de cumprir as nossas missões essenciais, temos compromisso com o desenvolvimento do país e com a formação da cidadania. Estamos engajados na construção de um Brasil mais justo, forte e economicamente desenvolvido. O programa Calha Norte é um exemplo de promoção do desenvolvimento regional com apoio da Defesa. Projetos sociais — como o Soldado Cidadão, que qualifica profissionalmente jovens do serviço militar inicial, e o Forças no Esporte, para atender crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social — mostram que o futuro do Brasil depende do esforço de todos nós.
E o que falar da alegria ao ver os atletas do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas levando as cores da nossa bandeira ao lugar mais alto do pódio? É o mesmo sentimento que move os jovens universitários do Projeto Rondon a conhecerem as complexas realidades sociais e culturais do Brasil.
São anos de trabalho intenso e silencioso, mas os desafios para a Defesa Nacional estão só no começo. Com o passar do tempo, as guerras mudaram de perfil. As ameaças também. Assim, precisamos pensar Defesa, entender Defesa, sua magnitude e os impactos nos interesses nacionais; fomentar e difundir uma cultura que deve inspirar novos interlocutores na sociedade.
Ser uma nação forte requer Forças Armadas compatíveis com sua magnitude e capazes de enfrentar novas ameaças que exigem preparo, planejamento e tecnologias de ponta para evitá-las ou combatê-las. Uma base tecnológica e industrial competitiva proporciona equipamentos modernos e capacidade de pronta resposta — importante fator na manutenção da estabilidade interna e nos permite cooperar com o mundo em tempos de paz.
Forças Armadas fortes dependem de uma economia sólida. A gestão estratégica e a previsibilidade de recursos orçamentários são fundamentais no processo. E o governo do presidente Jair Bolsonaro trabalha nesse sentido.
Sabemos do nosso papel de tecer a estabilidade para que as pessoas tenham a liberdade de fazer escolhas. Manter o equilíbrio num ambiente de transformações é nosso desafio. Precisamos ser fortes para dissuadir e não compensar aventuras. Contribuir para o progresso do Brasil também é nossa tarefa.