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Militares discutem cooperação em defesa no 6° encontro do grupo do IBAS

Cooperação nas áreas ciência, tecnologia e engenharia militar estão na pauta de discussões do 6° Encontro do Grupo de Trabalho Conjunto de Defesa do IBAS, grupo trilateral formado por Índia, Brasil e África do Sul. Representantes militares e civis dos três países na Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro, até a próxima quarta-feira (19).

De acordo com o Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa (MD), general Aderico Mattioli (na foto acima, de uniforme do Exército), o objetivo do evento é “encontrar pontos comuns ainda não explorados”. Segundo o general, os assuntos tratados no encontro já estão em debate há alguns anos entre os três países.

Para o diretor do Departamento de Produtos de Defesa do MD, brigadeiro José Euclides, Índia, Brasil e África do Sul têm níveis de desenvolvimento tecnológico muito parecidos. Nesse sentido, destacou que alguns projetos são desenvolvidos em conjunto com as Forças Armadas dos três países e que “a 6ª reunião é uma oportunidade para ampliar essas parcerias e negócios futuros”. .

Programa Espacial

O Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) foi tema de uma das apresentações do dia. Os estrangeiros conheceram a estrutura organizacional do setor. “Temos cooperação com a Telebras e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [INPE]”, explicou o coronel Paulo Vasconcellos, do Estado-Maior da Aeronáutica.

O PESE foi criado para atender necessidades estratégicas das Forças Armadas e da sociedade brasileira. A responsabilidade pelo projeto é do Ministério da Defesa, por meio da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE).

Uma das missões do programa é prover infraestrutura espacial para ser usada no Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAZ), no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), no Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra), no Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), entre outros.

O coronel Vasconcellos enfatizou a importância da iniciativa, citando como exemplo a possibilidade de incrementar a capacidade de comunicações por satélite “no meio da selva”.

Gripen NG

A exposição sobre o programa F-X2, que resultou na assinatura para aquisição de 36 aeronaves suecas Gripen NG, ficou a cargo do gerente-adjunto do projeto, coronel Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues (foto abaixo). Ele destacou a enormidade do espaço aéreo a ser controlado e defendido: 22 milhões de km². Em seguida, esmiuçou os critérios adotados para a escolha pelos caças suecos.

De acordo com o oficial, foram levados em conta cinco aspectos: operacional (performance, durabilidade), logística (suporte a armamento e simuladores da aeronave), industrial (certificado e plano de produção), comercial (ciclo de vida, custo da aquisição) e risco (offset e contratos).

Entre as expectativas com o projeto, a palestra trouxe tópicos como participação nas exportações, crescimento das companhias brasileiras do setor ao longo do programa e possibilidade de desenvolvimento de aeronaves construídas por engenheiros brasileiros e suecos.

KC-390

Sobre os cargueiros KC-390 – maiores já produzidos no Brasil –, o gerente-adjunto do projeto KC, tenente-coronel Carlos Eduardo de Almeida Coelho, mostrou algumas especificidades do contrato e as fases do programa.

Atualmente, a iniciativa encontra-se na etapa de detalhamento do design. A previsão é que a entrega das primeiras unidades aconteça em 2016.

Coelho mostrou aos participantes as principais vantagens deste tipo de avião, que foi desenvolvido para operar em cenários robustos, tem flexibilidade na capacidade de tropa a bordo, é ajustável para variadas missões, possui proteção balística e equipamento que reduz a vibração e o barulho na cabine e comporta mais tempo de voo, além de demandar menos manutenção.

Neste ano, em outubro, a Força Aérea Brasileira realizou a apresentação oficial do protótipo do KC-390, em cerimônia realizada na fábrica da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). “O KC-390 vai redefinir as capacidades de transporte aéreo e recursos para a Aeronáutica brasileira”, salientou o tenente-coronel Coelho.

África do Sul

Na tarde desta segunda-feira (17), representantes da comitiva da África do Sul expuseram algumas determinações definidas na última reunião da equipe. Eles defenderam a sinergia na exportação de suas capacidades e algumas ideias de áreas para atuar com as demais nações, como o Rádio Definido por software (SDR – na sigla em inglês), guerra eletrônica e cibernética e sistemas de vigilância.

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