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Máquina Enigma achada em mercado de pulgas é leiloada

Adquirida por 100 euros, uma máquina criptográfica alemã da época da Segunda Guerra Mundial foi leiloada nesta terça-feira (11/07) a 45 mil euros em uma casa de leilões em Bucareste. O vendedor, que havia encontrado a peça num mercado de pulgas na Romênia, é professor de criptografia.

Semelhante a uma máquina de escrever, a Enigma I foi colocada a leilão na Artmark com um lance inicial de 9 mil euros. "O colecionador a comprou em um mercado de pulgas. Ele é professor de criptografia e… sabia muito bem o que estava comprando", disse à agência de notícias Reuters Cristian Gavrilla, gerente de consignação colecionável da casa.

A Romênia foi aliada da Alemanha nazista até 1944, quando trocou de lado para o grupo dos Aliados. Historiadores acreditam que o país ainda possa esconder muitas outras máquinas codificadoras do tipo.

Usada para codificar e decodificar mensagens enviadas pelos militares nazistas da Wehrmacht, a Enigma teve seu código quebrado pelo matemático britânico Alan Turing e sua equipe no centro de decodificação Bletchley Park. Acredita-se que o trabalho deles tenha encurtado a guerra em até dois anos.

No mês passado, a casa Christie's de Nova York estabeleceu um recorde mundial com a venda de uma máquina Enigma com quatro rotores por 547,5 mil dólares (476,6 mil euros).

Como funcionava a Enigma¹

A máquina foi criada pelo engenheiro alemão Arthur Scherbius no fim da Primeira Guerra Mundial para uso comercial. Só em meados dos anos 1920 que governos em diversos países passaram a fazer uso militar do invento.

Semelhante a uma máquina de escrever, o aparelho era portátil e pesava cerca de seis quilos. Os modelos alemães foram usados para ecriptar mensagens militares que colocaram os nazistas em vantagem durante parte da guerra. Apesar de alguns matemáticos e equipes na França, Polônia e Alemanha terem tido sucesso em quebrar o código da Enigma foi preciso de um processo que conseguisse decifrar o modo como ela funcionava.

A criptografia da Enigma era bastante simples, mas sua engrenagem gerava milhares de possibilidades, o que tornava a tarefa em decifrar suas mensagens quase humanamente impossível. O pesquisador Ivan Boesing, do Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul explicou em vídeo como funcionava a Enigma.

Ele foi resposável por buscar a máquina nos Estados Unidos. A máquina tem cinco rotores, mas apenas três rotores são selecionados. Uma tabela distribuída pelos nazistas mensalmente dizia quais rotores seriam utilizados. Além disso, era ainda preciso saber quais as posições possíveis nos vinte e seis anéis de cada rotor. Para tornar tudo isso mais complicado, o operador ainda precisava saber a posição inicial de uma sequência de três posições.

Ao total as possibilidades numéricas chegavam a seis sextilhões de códigos.

Ou seja, o trabalho de Alan Turing não foi nada fácil. Veja o vídeo explicativo:

¹com NE10por Mayra Cavalcanti

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