Brasília, 13/04/2012 – A busca de novas parcerias levou uma comitiva do Ministério da Defesa (MD) à 7ª Defexpo – Índia, feira internacional de produtos de defesa e de segurança, realizada em Nova Delhi. Na ocasião, os oficiais brasileiros mantiveram contato com fabricantes britânicos, canadenses, franceses, indianos, israelenses, italianos, norte-americanos e sul-africanos.
Chefiada pelo subchefe de Integração Logística, general-de-divisão Araújo Lima, a comitiva alertou as empresas estrangeiras sobre as eventuais vantagens de se estabelecer projetos conjuntos com companhias brasileiras, além de prestar esclarecimentos sobre a Lei n° 12.598, que criou o Regime Tributário Especial para a Indústria de Defesa (Retid), desonerando o setor de impostos e encargos. A lei foi sancionada pela presidenta Dilma Roussef no final de março.
A missão fez parte de um conjunto de ações desencadeadas pelo MD do Brasil, na busca do fortalecimento das relações com os países que compõem os Brics – grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A delegação brasileira também apresentou o Siscat-Br, software nacional de catalogação desenvolvido pelo Ministério da Defesa, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O programa, que trabalha sobre o padrão do Sistema da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de Catalogação, atraiu o interesse dos governos da África do Sul, Argentina, Chile e Índia.
Apesar de não ser país membro da Aliança Atlântica, o Brasil integra o grupo de trabalho para a modernização do sistema da Otan, ao lado da Alemanha, do Canadá, da Espanha, dos Estados Unidos, da França, da Polônia, do Reino Unido, da República Checa e da Suécia.
Encontros bilaterais
Além de analisar projetos de interesse do Ministério da Defesa, a comitiva brasileira manteve encontros com as delegações do Reino Unido e da Índia. Durante a reunião com o ministro britânico para Segurança Estratégica Internacional, Gerald Howard (foto ao lado), surgiu um convite para que nosso país envie observadores para acompanharem a instalação e o funcionamento dos sistemas antiterrorismo dos Jogos Olímpicos de Londres.
Vijay Kumar Saraswat, diretor da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento da Defesa (DRDO, na sigla em inglês), encabeçou as conversações pela Índia. Entre as propostas colocadas por ele estão o desenvolvimento de um avião de combate furtivo de médio porte, o MMCA, e mísseis antinavios e balísticos com até 200 quilômetros de alcance.
Outros produtos de interesse foram veículos terrestres não-tripulados (VTNTs) para vigilância de fronteiras de fabricação israelense e robôs para atividades de segurança desenvolvidos pelo DRDO.
A Índia, hoje, é o maior importador do mundo em produtos de defesa. De acordo com a organização da 7ª Defexpo – Índia, cerca de 30 países expuseram seus produtos de defesa para mais de 50 delegações oficiais convidadas a participar das conferências e encontros. O evento ocorreu paralelamente à Reunião de Cúpula dos Brics, que contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff.