Nesta quinta-feira (09SET2021), o chefe da Força Espacial dos EUA, John Raymond, afirmou, em entrevista ao jornal japonês Nikkei, estar preocupado com as tecnologias antissatélites da China, que, para ele, representam uma ameaça à presença dos militares americanos no espaço.
Segundo Raymond, a China está “construindo tudo, desde bloqueadores reversíveis de nosso sistema GPS – que fornece navegação e cronometragem com precisão – até bloqueio de satélites de comunicação”.
“Eles têm mísseis que podem lançar do solo e destruir satélites”, acrescentou. “Estou convencido de que esses recursos que estão desenvolvendo seriam utilizados por eles em seus esforços em qualquer conflito potencial”.
Rússia também trabalha em tecnologias de destruição de satélites
Além da China, a Rússia também está trabalhando ativamente em tecnologias antissatélites. E isso preocupa os líderes militares – as comunicações e os satélites GPS são essenciais para as operações. Com qualquer um deles eliminado ou emperrado, qualquer país enfrentaria uma grande desvantagem tática.
Conforme recorda o site The Byte, as relações entre os EUA e a China azedaram com o governo de Donald Trump. A Força Espacial, braço mais jovem dos militares dos EUA, foi formada sob sua liderança em grande parte para ganhar domínio no espaço, incentivando ainda mais todas as potências mundiais a militarizar a órbita.
Muitos críticos do braço militar nascente, no entanto, argumentaram que a Força Espacial sofre de inchaço burocrático desnecessário com um mandato nada claro.
E as nações adversárias, é claro, não são a única ameaça aos satélites. O problema crescente de detritos espaciais obstruindo a órbita da Terra tornou-se um grande desafio. Relatórios recentes sugerem que um satélite militar chinês pode ter sido esmagado por um foguete russo em desintegração no início deste ano.
É uma corrida armamentista preocupante entre três das maiores superpotências do mundo. Cada nação está se preparando para defender seus ativos caso haja um confronto no espaço. Mas, dados os custos envolvidos – e as consequências políticas – é improvável que tenhamos notícia tão cedo de um satélite sendo despedaçado.