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EDITORIAL – F-X2 – A FAB Rumo ao Nada

EDITORIAL DefesaNet


A Presidente(a) Dilma Rousseff em contato com o Presidente Francês Nicolas Sarkozy, afirmou que  o Programa F-X2 “pode” ser retomado em 2012, se…… . As reticências agora são relacionadas ao fato de a crise não atingir o Brasil, na forma que o governo brasileiro espera.

Esta posição certamente também foi exposta ao Primeiro-Ministro Cameron (UK), interessado em vender equipamentos navais, e muitos outros que a procurem nesta gira por Nova York, com o intuito de oferecer equipamentos de defesa. E é lógico no próprio anfitrião, Presidente Obama, com o seu Hornet, navios, veículos blindados, satélites, etc.

Em  02 Janeiro 2003, o então presidente Luiz Ignácio, cancelou o Programa F-X em favor do Fome Zero.

O Programa foi retomado e para ser definitivamente cancelado em Fevereiro de 2005.

Em 2008, ao custo do esforço pessoal do então e atual Comandante da FAB, Brigadeiro Juniti Saito, o Programa, agora batizado de F-X2, foi relançado, para sofrer um “imbróglio” culinário diplomático em Setembro de 2009.

Precipitação francesa e indecisão brasileira levaram o Programa F-X2 a um terreno pantanoso, o qual está por dois anos.

A única nota que o governo brasileiro enviou aos finalistas da competição: o caça francês Dassault Rafale, o americano Boeing F/A-18 E/F Super Hornet e o sueco SAAB Gripen NG, foi o de estenderem a suas ofertas, apresentadas em Outubro de 2009, até o fim de 2011.

O plano original previa as primeiras entregas serem iniciadas em 2014. No ano passado, em cerimônia na FIESP (outubro 2010) o Brigadeiro Saito, mesmo sendo contestado veementemente pelos jornalistas presentes, afirmou que o plano de receber os primeiros caças era 2016.

Há uma data fatídica nesta equação. A data é hoje!

Em 2005, por convite especial do Brigadeiro Bueno, o editor de DefesaNet participou do briefing sobre os Mirage 2000C/D, aos pilotos do GDA. Na oportunidade o editor cumprimentou os pilotos e a Unidade por manterem o brio e élan,  por operarem o Mirage III, por mais de uma década, cujos radares eram míopes e as turbinas sofriam de asma crônica. E cujos armamentos só causavam medo aos próprios pilotos e às equipes de terra.

Pois bem, rapidamente voltamos ao mesmo estágio. Em 2014, atinge a vida útil dos Mirage 2000C/B. O GDA passará a ser progressivamente míope  e manco.

É esta a realidade? Não ela é muito mais aterrorizadora, e só uma mídia amiga e cheia de mimos da Força tem omitido.

Os caças F-5EM-FM estão voando acima das horas estimadas acelerando o seu sucateamento de uma estrutura já envelhecida e cujos motores são uma roleta russa aos mecânicos pela surpresa se darão partida ou não.

O desânimo é crescente nas unidades de caça, e os pedidos de baixas avoluma-se. Melhor uma vida tranqüila como comandante de Boeing ou Airbus, do que sentado eternamente no Cassino de Oficiais, afogando a mágoa e o sentimento de impotência, em copos de 51.  

No primeiro semestre o Comandante-Geral do COMGAR, Brigadeiro Burnier, estabeleceu uma estranha ordem. As unidade só poderiam voar 1.000 horas em todo o ano de 2011. Então teríamos cerca de 90 horas/mês por Esquadrão. Divida 90 por 15 a 20 pilotos por esquadrão, entre veteranos e novatos, mais a indisponibilidade técnica dos aviões teríamos um número insuficiente para manter um piloto de caça com o mínimo de proficiência operacional.

Homens como Brig Aprígio, Brig Burnier, Brig Saito e Brig Machado que levaram a FAB, com muito trabalho e perseverança, do “Desastre” da primeira CRUZEX (2002), a uma Força Crível em 2008, na Red Flag, e nas edições 2008 e 2010 da CRUZEX assistem impotentes os seus feitos esvaírem-se entre os dedos. Seus pilotos e equipes de apoio, cruzarem sem volta os portões dos esquadrões.   

A FAB está no RUMO ao NADA.

É o que teremos. Felicitaremos os pilotos e equipes de terra por manterem o glamour de uma Força Aérea Brasileira ôca.

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