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Forças Armadas treinam Guia Aéreo Avançado para combate

Exercer a defesa do Brasil é uma das características das Forças Armadas. Para realizar esse trabalho com destreza e excelência, treinamentos são realizados continuamente. Um deles é o Adestramento Conjunto Específico entre Marinha, Exército e Aeronáutica, que visa a formação operacional de Guia Aéreo Avançado (GAA). A formação ocorre entre 21 de setembro e 17 de outubro na Ala 5, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

A Operação Nuntius é conduzida no contexto desse Adestramento. É um preparo de alto nível direcionado para Forças de Operações Especiais, de modo a padronizar as técnicas, táticas e procedimentos (TTP) e promover a interoperabilidade entre as Forças. O foco é preparar os militares em guiamento de aeronaves, utilizando-se de comunicação por rádio para que, em solo, militares possam assessorar pilotos para ataque aéreo a instalações de forças inimigas.

Pela especificidade da função, apenas 11 militares participam do treinamento: três da Marinha, quatro do Exército e quatro da Aeronáutica. É uma continuação da preparação de 2018 e 2019. O Gerente Operacional do Adestramento, Major Igor Duarte Fernandes, explica que o procedimento é feito em três etapas: identificação do alvo – geralmente uma instalação inimiga; obtenção da coordenada – por meio de objetos como telêmetro, óculos de visão noturna e marcador infravermelho; e transmissão de informações para o piloto. “É um adestramento com alto nível de responsabilidade, pois um erro do piloto pode ocasionar um ataque na tropa amiga”, enfatiza.

O curso é realizado em duas etapas: teórica – realizada de forma remota, pelo ensino à distância – e a presencial – voltada à prática. A primeira iniciou em 20 de julho e vai até 15 de setembro, já a segunda começará em 21 de setembro e terminará em 17 de outubro. Para o exercício, são empregadas 5 aeronaves A-29, da Força Aérea e 2 aeronaves AF-1, da Marinha.

Na parte prática, antes de partir para o trabalho em campo, os militares recebem orientações em sala de aula. O Tenente S., do Comando de Operações Especiais (Copesp) do Exército, é um dos alunos do curso. Para ele, toda a qualificação anterior do militar, somada à capacitação teórica, o prepara para os desafios que ele pode lidar a campo. “É um trabalho que exige muita autoconfiança, concentração, empenho e dedicação no que está sendo feito. Temos que ter uma real noção do trabalho para que nada que façamos seja ao acaso” acentua. Ele menciona todo o preparo realizado: estudos da área, dos alvos, das posições amigas, possíveis danos colaterais e consciência situacional.

Cuidados contra a Covid-19
Diante da pandemia do coronavírus no país, o Comando da Ala 5 preocupou-se em organizar o Adestramento com um plano de biossegurança. Esse planejamento envolveu três etapas: planejamento, prevenção e mitigação.

Na primeira, antes mesmo de ingressarem para a capacitação, todos os militares tiveram que apresentar o exame negativo de Covid-19, feito com, pelo menos 48 horas de antecedência. Posteriormente, no meio do exercício, mais um teste foi realizado e, antes de retornarem para suas Organizações Militares, mais uma contraprova.

O uso de máscaras é obrigatório em todas as dependências. Além disso, todos os alunos ficaram alojados no mesmo hotel, com, no máximo, dois por quarto. Todos os dias, um médico afere temperatura e realiza oximetria (saturação de oxigênio no sangue). As salas de aula possuem tapetes sanitizantes na entrada e são higienizadas pelo menos duas vezes por dia.

Para reduzir o contato físico, os alunos realizaram o briefing de forma virtual – no mesmo local, mas em espaços físicos diferentes. Na terceira etapa do plano, foi pensado em um possível contágio: momento de mitigação. Nesse caso, o indivíduo contaminado seria isolado, bem como aqueles que tiveram contato com ele, com monitoramento médico adequado. Para executar esse plano de biossegurança, foram designados 23 militares.

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