O Brasil não precisará contratar empresas estrangeiras para construir o seu Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, de seis toneladas. O Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), já está sendo preparado para montá-lo. O laboratório precisará triplicar a sua capacidade, que atualmente é de até duas toneladas, para realizar as operações. Para isso, receberá investimento de R$ 185 milhões até 2017, sendo que R$ 45 milhões já foram liberados pela FINEP para a primeira fase da ampliação.
O laboratório é o único que poderá atender às demandas de satélites brasileiros de maior porte. "O Brasil não faz satélites. Só fez até hoje um de 200 quilos para coleta de dados ambientais, outro de duas toneladas, e que sempre ficam entre 600 e 800 quilômetros de altitude. Agora, nós vamos fazer satélites de órbitas de 36 mil km, com cerca de seis toneladas e dimensão de seis metros", afirmou Geilson Loureiro, Chefe do LIT e coordenador do projeto.
O Laboratório de Integração e Testes possui infraestrutura essencial para integrar, testar e montar satélites de grande porte, com salas limpas e equipamentos. Porém, ampliações são necessárias, como explicou Loureiro. "Precisamos de um vibrador de até 320 quilonewtons – o dobro do que temos hoje – para os ensaios dinâmicos, uma câmera de medida de antenas em campo próximo (distância entre a antena transmissora e a receptora) – que não possuímos atualmente – e também teremos que aumentar o pé direito da sala de integração para 18 metros, que hoje é de 10 metros."
Após feita a expansão, o LIT terá capacidade equivalente aos melhores laboratórios de testes aeroespaciais e de defesa do mundo, ao lado da Alemanha, França, Estados Unidos, Japão, China, Rússia e Índia. A ampliação do laboratório faz parte da estratégia nacional de ciência, tecnologia e inovação do Governo Federal.