Tenente Gabrielli E Capitão Landenberger
O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, acompanhado de membros do Alto-Comando da Aeronáutica e outros oficiais-generais, recebeu, na manhã desta terça-feira (9), parlamentares da bancada maranhense do Congresso Nacional para falar sobre o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas assinado entre Brasil e Estados Unidos.
O documento trata unicamente da viabilização comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB).
O Estado do Maranhão tem papel destacado na área espacial, devido a sua posição geográfica, explica o Comandante da Aeronáutica. "O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas reveste-se de importância estratégica, uma vez que o uso comercial do CLA trará inúmeros benefícios à economia do Brasil e, em particular, à sociedade maranhense, com a criação de postos de trabalho, além da circulação de recursos no local", disse.
Com o acordo, os EUA permitem que Brasil lance veículos e satélites de qualquer nacionalidade com componentes norte-americanos. O Brasil, em contrapartida, compromete-se a proteger e resguardar essas tecnologias. Isso é importante porque, segundo o Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Luiz Fernando de Aguiar, 80% das partes de todos os foguetes e satélites existentes hoje, no mundo, são de origem norte-americana.
O Tenente-Brigadeiro Aguiar explica que não se trata de um acordo de exclusividade de operações com os EUA. Também descartou o uso não pacífico das instalações. "Trata-se de um acordo comercial, não bélico. Elimina, inclusive, essa possibilidade, impedindo-a. O acordo não fala sobre mísseis; estamos tratando unicamente de lançadores e satélites", afirmou o oficial-general.
O Chefe de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, foi o responsável pela apresentação aos parlamentares.
Ele explicou que a ideia é fazer pelo Maranhão o que a indústria aeronáutica fez pelo Vale do Paraíba, na década de 1940. "Com Embraer e DCTA, o local se transformou em uma das maiores rendas per capita do país. Nos últimos 20 anos, o Brasil deixou de ganhar 3,9 bilhões de dólares com a inexistência do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas com os EUA", disse o oficial-general.
O Deputado Federal Hildo Rocha (MDB/MA) foi um dos presentes ao encontro. Ele destacou que a maior circulação de riqueza pelo Estado do Maranhão e o aumento da receita tributária irão impactar positivamente nas comunidades locais. "Tenho certeza que esse acordo vai ser muito bom para Alcântara, para o Maranhão e para o Brasil", afirmou.