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Estudantes e Especialistas debatem assuntos de Defesa na UnB

Major Sylvia Martins

No auditório da Universidade de Brasília (UnB), autoridades, militares, professores e universitários participaram, de 24 a 27 de outubro, da 14ª edição do Curso de Extensão em Defesa Nacional (CEDN), promovido pelo Ministério da Defesa (MD) em parceria com a instituição de ensino. O curso, que neste ano teve mais de 400 inscritos, visa cumprir o objetivo 8º da Política Nacional de Defesa (PND): “conscientizar a sociedade brasileira da importância dos assuntos de defesa do país”.

Os CEDN são realizados, normalmente, por intermédio dos cursos de Relações Internacionais, em todo país. A programação é organizada pela Divisão de Cooperação do Departamento de Ensino do Ministério da Defesa e envolve temas atuais de defesa, discutidos em parceria com as universidades.

Segundo a vice-diretora de Relações Internacionais da UnB, professora Daniele Silva, é importante a cooperação entre os órgãos para o debate de conceitos como segurança e defesa, que são de grande contribuição para o Instituto de Relações Internacionais e para a formação dos estudantes.

Na abertura do evento, o secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto, brigadeiro Ricardo Machado Vieira, apresentou a estrutura do MD e fez uma breve exposição sobre os temas tratados no curso. Questionado pelos estudantes sobre a criação da carreira de analista de defesa, ele informou que esse estudo, neste ano, foi reativado e destacou a necessidade de pessoal civil do ministério, além dos militares, com memória e visão de defesa.

Temas de interesse nacional e internacional

A programação envolveu a participação de diversos setores do Ministério da Defesa, dos Comandos das Forças Armadas e do Ministério de Relações Exteriores (MRE). Um dos assuntos amplamente debatidos foi a participação das Forças em Missões de Paz sob a égide da ONU. 

Durante sua apresentação, o subchefe de Logística Operacional do MD, brigadeiro Tarcísio de Aquino Brito Veloso, destacou que o objetivo maior das Operações de Paz é proteger civis e para que isso ocorra, é preciso preparo da tropa. Por isso, há um trabalho muito próximo entre o MD e o MRE, para que haja condições técnicas, políticas e estratégicas de cumprir a missão.

Temas como “A Política e a Estratégica Nacional de Defesa” trouxe para o debate a base legal para as ações de defesa, caracterizada pelos três documentos que norteiam a defesa brasileira: Política Nacional de Defesa (PND), Estratégia Nacional de Defesa (END) e Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN).  Esses documentos foram atualizados e já estão com o Congresso Nacional.

O subchefe de Assuntos Internacionais, brigadeiro Jair Gomes da Costa Santos, participou da atualização, que ocorre em intervalos de quatro anos. Ele afirmou que defesa é uma extensão da sociedade, necessária à própria existência do país, por isso os objetivos, as estratégias da Defesa devem ter o entendimento comum, de todos.

O primeiro-secretário Bruno Brant, do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores,  lembrou da boa reputação das tropas brasileiras no exterior e destacou o trabalho de retaguarda feito pelo MRE. “As tarefas de missão de paz, hoje, são muito complexas, é quase um apoio ao estado, por isso não é um desafio apenas militar”, disse o secretário.

Ainda foram destaques as discussões sobre o Conselho de Segurança da ONU, a guerra ao terrorismo, a defesa do Atlântico Sul, o orçamento de Defesa, a defesa aeroespacial e a inserção de mulher nas Forças Armadas Brasileiras.

A atividade de extensão

Tendo como público prioritário os alunos de graduação e pós-graduação das instituições de ensino, o curso tem a participação de pessoas vindas de outros estados, como a graduanda da faculdade Cândido Mendes, Diane Aparecida Lima, do Rio de janeiro, . “Ao longo dos dias, tudo que se passou foi um conteúdo que eu pude assimilar, para elaborar, até complementar, minha monografia, meus estudos, para quem sabe uma pós na área de defesa”, comentou Diane, que, para o trabalho de conclusão de curso, escolheu o tema terrorismo.

Já os alunos Mateus Bezerra e Marina Alves recém começaram o curso de Relações Internacionais da UNB, porém aproveitaram  a oportunidade para uma aproximação maior com o assunto Defesa. “Em nosso curso, como é uma área muito ampla, podemos seguir esse caminho de Defesa Nacional. É importante porque não é um pensamento muito difundido, o Brasil não é um país que tem histórico recente de guerra e a gente acaba não se preocupando com isso, que é fundamental para defender a soberania e os interesses do País”, comentou Mateus.

“Esse curso de extensão é uma oportunidade de aproximação entre o Ministério da Defesa e a sociedade, no caso, a universidade. Acho que é muito importante, pois a gente acaba conhecendo personalidades, pontos de vista, ao mesmo tempo em que a gente tem uma palestra com professor, com general ou com participante civil do Ministério. É importante o diálogo para sociedade e para o nosso conhecimento mesmo “,  disse Marina.

O Instituto Brasileiro de Estudos de Defesa Pandiá Calógeras, a Escola Superior de Guerra (ESG) e a Secretaria de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto são três Insitutições que, no âmbito do Ministério da Defesa, promovem a aproximação de acadêmicos com os assuntos relacionados à defesa nacional, por meio de programas de extensão.

 

 

 

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