A cooperação bi-lateral para a construção conjunta de dois satélites de observação oceanográfica eleva-se a uma fase mais avançada, pois já conta com os recursos necessários para tornar-se realidade.
Na reunião do Mecanismo de Integração e Cooperação entre os dois países, na Embaixada da Argentina, na quinta-feira (19), o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Monserrat Filho, relatou que o Brasil já dispõe dos recursos financeiros destinados ao desenvolvimento básico do projeto Sabiá-mar.
O lado argentino, por sua parte, também está pronto para iniciar esse trabalho cooperativo, que, estima-se, terá forte impacto não apenas nos dois países, mas igualmente em toda a América Latina. "Será a primeira vez que dois países latino-americanos se unirão para construir satélites, usando tão somente suas competências e capacidades", comentou Monserrat.
Segundo o coordenador-geral do Programa de Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Marco Chamom, as áreas de engenharia dos dois países já aprofundaram o detalhamento técnico do projeto. Ao Brasil, caberá a Plataforma Multimissão para os dois satélites (de pequeno porte). E a Argentina responderá pelas cargas úteis. No entanto, cada parte poderá participar ativamente nos itens de responsabilidade da outra parte. As próximas tarefas a serem cumpridas serão definidas no encontro de Buenos Aires.
De parte da Argentina, a reunião foi conduzida pelo ministro Sérgio Pérez Gunella e teve a presença de vários diplomadas argentinos. O próximo passo será a realização de um seminário técnico, em Buenos Aires, nos dias 30 de junho e 1º de julho, com as equipes de engenheiros encarregadas de concretizar o projeto.