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EMBRAER x ODEBRECHT – A Teoria do Espelho

Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNet


Com inúmeros desafios estratégicos urgentes a serem definidos pela a administração da Embraer  surge mais um novo e premente para Frederico Curado e seus pares. Dos atuais no campo aeronáutico o mais premente é como manter viável e atrativo o principal produto da companhia, as aeronaves de transporte de passageiros na faixa de 70 a 150 lugares. Qual será a geração de produtos a suceder os E-179/190. Como decifrar e enfrentar o enigma China? E ao olhar para os lados, e ver novos e vorazes concorrentes: da China, Rússia, Japão e o tradicional inimigo, Canadá, todos com produtos novos e fechando portas no mercado. O segundo desafio na área aeronáutica e por a voar, no cronograma e nos custos o KC-390.

Além dos já citados surge um novo e grande problema e este no front interno. A nova esfinge a ser decifrada é a Odebrecht Defesa e Tecnologia.

Nascida de um movimento inusitado do gigante de engenharia brasileira. A Odebrecht entrou na área de defesa e alta tecnologia como a parte industrial brasileira do Programa de Submarinos da Marinha do Brasil (PROSUB), que tem o objetivo de absorver a tecnologia de construção de submarinos, construir o estaleiro e Base Naval de Itaguaí (RJ) e desenvolver o casco do futuro submarino com propulsão nuclear.

Porém o anúncio de um Memorando de Entendimento entre a Odebrecht Defesa e Tecnologia com a então EADS DS (agora CASSIDIAN). Seguida do anúncio da aquisição da MECTRON, a “Missile House” brasileira, colocou em pânico a administração da EMBRAER.

O impacto foi devastador em São José e segundo fontes, conhecedoras do dia a dia da EMBRAER, foi o próprio governo que “solicitou” que a EMBRAER cria-se uma área focada só em defesa. Surgiu a EMBRAER Defesa e Segurança, oficializada no início de 2011.               .

A entrada da Odebrecht na área de Defesa e Segurança a torna única no mundo. É a única empresa de engenharia que entrou na área industrial e participa do mercado de defesa e segurança no mundo.

Assim como as outras gigantes do mundo (Bechtel, HOCHTIEF, TECHNIP, etc) a Odebrecht está acostumada às dificuldades e riscos operacionais dos empreendimentos muitos em áreas de risco como no Iraque. Ali ocorreu o seqüestro e a morte do engenheiro João José Vasconcellos, que era funcionário da construtora Norberto Odebrecht e que ficou desaparecido de 19 de janeiro de 2005 até  junho de 2007. 

A Teoria do Espelho

Como  irmãs siamesas, logo as duas empresas  movimentam-se e agem como o reflexo uma da outra no espelho.  A EMBRAER reconheceu, acertadamente, que o novo player no mercado de defesa não será um mero competidor pelas escassas verbas das áreas de defesa e segurança do Brasil.

Esta posição foi transparaente na apresentação de  Roberto Simões, presidente da Odebrecht Defesa e Tecnologia, no seminário do Livro Branco de Defesa Nacional realizado em São Paulo, Agosto passado.

As realizações da primeira empresa da Odebrecht Defesa e Tecnologia, a MECTRON, já fortificada com o aporte de recursos da FINEP e BNDES, a partir dos anos 2007/9, tem apresentado um impressionante volume de realizações na área internacional.

Assim dentre os  principais programas de defesa, que estão sendo formulados pelo Ministério da Defesa têm ofertas, tanto da EMBRAER Defesa e Segurança como ODEBRECHT Defesa e Tecnologia.

1 – SisFron – Sistema Integrado de Vigilância de Fronteiras
2 – SisGAAz  – Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul
3 – SGB – Satélite Geoestacionário

Nos dois primeiros programas (SisFron e  SisGAAz), a EMBRAER Defesa e Segurança tem uma vantagem pois contratada a empresa ATECH e para o segundo a Fundação ATECH, ambas de forte relação com a EMBRAER,  na Empresa ATECH, a EMBRAER detém 50% do capital. As ATECH realizarão o  delineamento da arquitetura dos sistemas.

Sim, o programa do SGB, mesmo com o Memorando de Entendimento assinado entre a TELEBRAS e a EMBRAER Defesa e Segurança, ainda vago na definição de escopo do que será a nova empresa a ser formada, tem o contraponto da ODEBRECHT.

Nesta segunda-feira (21NOV11), a agenda do ministro das Comunicações Paulo Bernardo tinha duas anotações. Pela manhã  Frederico Curado (Presidente da EMBRAER) e Luiz Carlos Aguiar (Presidente da EMBRAER Defesa e Segurança), pauta satélites. À tarde estava  Roberto Simões (Odebrecht Defesa e Tecnologia), discutindo com o ministro Paulo Bernardo, os assuntos:  cabos submarinos e satélites.

Os movimentos das duas empresas ainda trarão muitas novidades.

DefesaNet

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