A Embraer, quarta maior fabricante mundial de aviões, acredita que sua divisão de defesa vai liderar o crescimento da companhia no ano que vem, com uma expansão de "dois dígitos", e responder por um quinto da receita total nos próximos anos, de acordo com o executivo-chefe da companhia, Frederico Curado.
Segundo ele, boa parte das encomendas da divisão de defesa deve vir do Brasil, que acumula décadas de déficits de investimento em seu aparato de segurança. A necessidade de melhorias tornou-se ainda mais urgente diante da proximidade de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, que serão sediados aqui, e do desenvolvimento das reservas de petróleo em alto-mar.
A Embraer também pretende fazer negócios com as forças armadas de países com os quais o Brasil possui uma longa relação, entre eles os da América Latina, do Sudeste da Ásia e da África, e espera os resultados de uma licitação nos EUA, na qual ofertou seus aviões Super Tucano.
A divisão de defesa do grupo, que ganhou uma unidade própria no ano passado, já entregou aviões para Chile, Colômbia, República Dominicana e Equador, além de ter assinado contratos com a Indonésia e ter sido sondada por potenciais clientes da Europa. "No setor de defesa, somos um player de nicho, mas é nele que vemos o maior crescimento", disse Curado.
A receita da Embraer provavelmente vai crescer cerca de 7% neste ano, para aproximadamente US$ 5,7 bilhões, puxada principalmente pelas vendas de aviões comerciais e executivos. As vendas de aeronaves militares devem responder por 10% das vendas. Em 2012, o segmento de defesa deve apresentar crescimento de dois dígitos, enquanto os demais devem ter uma expansão de um dígito, segundo Curado. / DOW JONES