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Em seminário, acadêmicos pedem mais incentivo aos estudos de defesa

“Os problemas de defesa e das Forças Armadas são desconhecidos da população brasileira. Não há apoio ao estudo acadêmico sobre esses temas”, alertou o presidente da Associação Brasileira dos Estudos de Defesa, Manoel Domingos, em seminário na Câmara dos Deputados, hoje pela manhã.

A afirmação foi proferida durante o painel “Defesa e Sociedade: subsídios para a apreciação da proposta de Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN), remetido ao Poder Legislativo”. Este foi o segundo dia de atividades do Seminário Estratégias de Defesa Nacional, que contou com a coordenação da presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC).

Para Manoel Domingos, é necessário aprofundar as pesquisas e criar teorias próprias sobre defesa e Forças Armadas no país. “O mundo acadêmico é fundamental para a democracia e para o Brasil”, ressaltou.

Reaparelhamento das Forças

Outro participante do painel, o diretor de desenvolvimento institucional do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luiz Cezar Loureiro de Azeredo, defendeu maior contato da sociedade com os temas de defesa. Para ele, “só temos Forças Armadas eficientes com cidadãos conscientes e preparados”.

Em sintonia com o discurso proferido ontem pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, na abertura do seminário, Luiz Azeredo reafirmou a importância da capacidade dissuasória do país e opinou que “todos nós temos que trabalhar de forma conjunta para o entorno sul-americano ser uma área de paz e prosperidade”.

Com a ressalva de que o país dificilmente terá ameaças na década atual, o diretor ponderou que a valorização crescente de áreas que possuem grandes reservas de recursos naturais é algo a ser destacado.

Economia

Também fez parte da mesa de palestrantes o professor e engenheiro de produção da Universidade Federal Fluminense Eduardo Siqueira Brick – primeiro a expor suas ideias. De acordo com ele, defesa é igual a poder efetivo. E esse poder determina a maneira com que o país se insere no sistema internacional.

O docente discorreu sobre as fontes de financiamento em defesa, entre elas os investimentos externos, “que têm gerado as maiores capacidades industriais para o país”. Outras fontes mencionadas foram os royalties de petróleo e o próprio orçamento para o setor, além do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

Ao abordar a Base Industrial de Defesa, Eduardo Brick disse que o principal desafio nessa área é “cultural”. Segundo ele, a sociedade tem de reconhecer a importância do tema e é preciso que haja um planejamento da defesa voltado à integração da capacidade industrial de inovação. “Não basta fabricar produtos”, concluiu.

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