Por Isabela Nóbrega
Acompanhado pelos Comandantes das Forças Armadas, o Ministro da Defesa, José Mucio, presidiu, nesta segunda-feira (08), a cerimônia alusiva ao Dia da Vitória, no Rio de Janeiro (RJ). Na ocasião, 183 instituições e personalidades civis e militares foram agraciadas com a Medalha da Vitória. Há 78 anos, em 8 de maio de 1945, a rendição incondicional das forças do Eixo aos Aliados levou ao término oficial da Segunda Guerra Mundial. A data é anualmente comemorada em memória ao sacrifício de soldados e civis pela paz e pela democracia entre as nações.
Em ordem do dia assinada pelo titular da pasta e pelos comandantes das Forças foi destacada a coragem dos combatentes brasileiros que participaram do feito. “Naquele longínquo tempo, lutando distante de sua pátria, os marinheiros, soldados e aviadores brasileiros enfrentaram as agruras dos combates, os rigores do clima intenso e a perícia de um inimigo audaz e experiente. Mostraram-se verdadeiros herdeiros dos valores e das tradições de Tamandaré, de Caxias e de Eduardo Gomes”.
No documento, foi efatizado, também, o compromisso militar perene e incondicional do sacrifício da própria vida. “Entre as danosas consequências, tivemos 34 navios mercantes e de guerra afundados, que levaram a mais de 1.450 marinheiros mortos em operações no mar. A aviação registrou 22 aviões abatidos em combate; e cerca de 500 brasileiros perderam a vida durante as ações militares”.
Ao final, foi exaltada a liderança brasileira no mundo e a presença e a pronta-resposta dos militares na sociedade nos momentos de maior necessidade. “A paz e a integração harmoniosa com outros atores globais fazem do Brasil uma nação respeitada e reconhecida internacionalmente. A ajuda humanitária e as missões em benefício da integração, do desenvolvimento tecnológico e da infraestrutura nacional mantêm os militares fraternalmente ligados à população, que os respeita e admira”, pontuou.
Durante a cerimônia, após a imposição das medalhas, foi depositada uma coroa de flores no túmulo do “soldado desconhecido”, com salva-fúnebre de 15 tiros. O evento contou, também, com o desfile aéreo de duas aeronaves F-5M, do Primeiro Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira, além de viaturas históricas e banda musical.
O Brasil da 2ª Guerra – O Brasil foi o único país da América do Sul a enviar combatentes ao continente europeu. A Marinha atuou no litoral do país para a segurança do tráfego marítimo, realizou escolta dos 575 comboios logísticos do Brasil para suporte dos Aliados e marcou presença na “Batalha do Atlântico”. O Exército esteve à frente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) com 25 mil combatentes e contribuiu para diversas vitórias, como Massarosa, Camaiore, Monte Prano, Monte Castello, Montese, Castelnuovo, Collecchio e Fornovo Di Taro. Já a Força Aérea, a mais jovem das Forças Armadas, teve o seu “batismo de fogo” com destaque para a ação do Esquadrão “Senta a Púa” nos céus da Europa, além de conduzir patrulhamentos aéreos em território nacional e sobre as águas sob jurisdição do Brasil.
Medalha da Vitória – A condecoração foi instituída pelo Ministério da Defesa (MD), em 2004, para homenagear aqueles que contribuíram para a difusão dos feitos dos ex-combatentes durante a Segunda Guerra Mundial, que tenham participado de conflitos internacionais na defesa dos interesses do país, integrado missões de paz ou que tenham prestado serviços relevantes e apoiado o MD no cumprimento de suas missões constitucionais.
Além do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; do Comandante do Exército, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva; e do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno; estiveram presentes o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire; o Secretário-Geral do Ministério da Defesa, Luiz Henrique Pochyly da Costa; além de veteranos da Força Expedicionária Brasileira e outras autoridades civis e militares.
Fotos: Antônio Oliveira
