Editorial DefesaNet
Brasileiros Bonzinhos!!
28 Dezembro 2017
No imaginário do cidadão brasileiro a EMBRAER é real motivo de orgulho e que voar, em suas aeronaves, no Brasil ou em qualquer parte do mundo mostra um país empreendedor. Uma VENCEDORA, que nos voamos juntos!
A mensagem do CEO da EMBRAER, Paulo Cesar Silva, ao corpo diretivo, distribuída via a rede intranet da empesa, tem uma frase enigmática para uma realidade desconhecida para os brasileiros. O mundo da 3ª fabricante mundial de aeronaves comerciais, está um pouco longe da visão idílica e positiva que os brasileiros fazem.
“Por isso, fiquem tranquilos com relação ao futuro da EMBRAER. Qualquer que seja o formato, combinação ou parceria, o objetivo será o sucesso e o crescimento da companhia e a preservação de empregos. Tenham certeza de que eu não estaria discutindo essa possibilidade se não fosse para benefício da Embraer, de vocês e das gerações futuras.” (Íntegra da mensagem Link)
A ordem dos objetivos colocada pelo CEO está correta porém o que podemos dizer que faltou um adendo “a preservação de empregos? Para quem? Para Brasileiros?”.
Nos últimos anos a administração começou um plano estratégico, que pouco tinha a ver com o Brasil. Discretamente começou a mover suas instalações para fora de São José, primeiro para escapar de um feroz sindicato, e depois à busca de créditos no Brasil (escritórios engenharia em MIG e SC).
Adquire a portuguesa OGMA, para fabricar componentes usinados de grandes dimensões, e lógico buscar créditos do governo português.
As instalações na Flórida expandem-se rapidamente levando para lá um Centro de Engenharia Avançada, adquirindo uma fábrica de assentos e 100% da produção de Jatos Executivos.
O anúncio da associação da europeia AIRBUS com a canadense BOMBARDIER só pavimentaria o anúncio da instalação da montagem e / ou fabricação dos E2 nos Estados Unidos.
Instalar unidades nos Estados Unidos é uma iniciativa já feita pela AIRBUS, que tem uma planta em Mobile, Alabama, inaugurada em 2015, para a linha dos A320. E a DASSULT AVIATION, uma planta de finalização dos jatos executivos Falcon, em Wilmington, Delaware.
O mundo da indústria aeronáutica é uma contínua sucessão de sustos. Dizia Mauricio Botelho, que uma consequencia dos atentados de 11 Setembro, foi tornarem cinzas os pré-contratos para os E-Jets, já encaminhados, que estavam em sua mesa.
Assim que foram publicadas as notícias sobre as tratativas entre as duas corporações: BOEING e a EMBRAER, uma chuva de artigos, posicionados tanto à esquerda como à direita no espectro político, conseguiram dizer tudo, menos qualquer análise aproximada da realidade atual. Aliás, o que realmente ocorreu foi um festival de insanidades publicadas, em todas as tendências as editorias com as mais variadas tendências políticas.
Ninguém comentou que o contribuinte brasileiro tem sido o grande empregador da indústria aeroespacial ……. americana.
O BNDES publicou seu Livro Verde, a edição final e revisada no mesmo dia do anúncio do possível acordo EMBRAER – BOEING.
Vejam na primeira tabela que a EMBRAER foi a segunda empresa a receber créditos entre 2001-2016 em um total de R$ 85,9Bilhões.
Fonte: Livro Verde BNDES
O que a EMBRAER busca são créditos, financiamentos e nos últimos anos expandiram empregos em outros países como a maioria das empresas “Campeãs Nacionais”, fatídico programa do BNDES.
Fonte : Livro Verde BNDES
Nota O Livro Verde pode ser acessado em Link
A quase totalidade das exportações de produtos manufaturados do Brasil para a os Estados Unidos são aeronaves da EMBRAER. Cerca de 60% do valor de uma aeronave, são equipamentos fornecidos pelos Estados Unidos. Assim o contribuinte brasileiro financia a exportação de componentes americanos que retornarão aos Estados Unidos
Dos US$ 14 Bilhões de produtos exportados aos Estados Unidos, US$ 8,4 Bilhões, são produtos americanos retornando financiados pelo contribuinte brasileiro.
Porém, ninguem em Brasília (Congresso e Planalto) e a imprensa nunca ousou cobrar uma posição do Ícone Sagrado.
Cabe a pergunta. No acordo a conta do financiamento ficará com a insana política e desastrosa política das “Campeãs Nacionais” do BNDES?
Para terminar o Centro de Desenvolvimento UBER-EMBRAER, que desenvolverá alternativas futuras de transporte para as áreas urbanas, ficará nos Estados Unidos. Com empregos gerados para jovens engenheiro americanos.
Que Brasileiros Bonzinhos!!!!!!!
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EMBRAER ou AMECOAER (AMEmerican COmpany AERonautics)? 2015 Link
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