Conhecidos por “boinas azuis”, atuais e ex militares brasileiros que participaram de missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) foram homenageados na manhã de hoje, em solenidade na Base Aérea de Brasília (DF). A celebração marca o dia internacional dos Peacekeepers – como esses oficiais e praças são chamados.
Em ordem do dia assinada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, “dignidade, destemor, humanismo e grande comprometimento” foram adjetivos utilizados para caracterizar o trabalho realizado, nas últimas décadas, por esses militares.
Nas palavras de Amorim, “o importante papel assumido pelo Brasil nos assuntos afetos à paz e segurança internacional se reflete nas relevantes posições que temos ocupado nas atuais missões da ONU”. Sobre isso, destacou a liderança que o país exerce em operações desta natureza no Haiti, Líbano e Congo.
No documento, o ministro não deixou de citar o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), localizado no Rio de Janeiro. “Hoje, o Centro é referência mundial na instrução para ação em missões de paz tanto no que diz respeito à parte operacional, quanto na área humanitária”, completou.
E finalizou: “O Brasil tem interesse claro na paz mundial e deve continuar colaborando para preservá-la. Para que isso seja possível, devemos seguir investindo na modernização de equipamentos e no preparo de nossas Forças Armadas”.
Sempre comemorado no dia 29 de maio, o dia internacional dos Peacekeepers remete ao ano de 1948, quando a ONU autorizou o estabelecimento da primeira operação de manutenção da paz das Nações Unidas, para monitorar o cessar-fogo entre árabes e israelenses.
Oito anos depois, em 1956, o Brasil enviou seus homens para evitar confrontos entre Egito e Israel. Nascia, assim, a participação brasileira em missões no exterior que dura até os dias atuais.
Solenidade
A cerimônia, presidida pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito (representando interinamente o ministro da Defesa), teve início com o canto do Hino Nacional. Após leitura da ordem do dia, foi feita aposição de coroa de flores e toque de silêncio em reverência aos falecidos em missões de paz. Depois, o grupamento de boinas azuis desfilou, dando término ao evento.
Um dos militares que integrou o grupamento na solenidade foi o capitão da Força Aérea Brasileira (FAB), Samuel Frank da Silva Gonçalves. O oficial, que serviu no Haiti de março a novembro de 2012, contou que a oportunidade de estar na nação caribenha o aperfeiçoou para treinamento especializado em patrulha e policiamento ostensivo.
De acordo com ele, a segurança não é mais o fator preponderante para a sociedade civil haitiana. “A população hoje está mais preocupada com o desenvolvimento do país.” Junto com o capitão, na época, 30 militares da FAB compunham o contingente da Força.
Estiveram presentes os comandantes da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto; e do Exército, general Enzo Martins Peri; além do secretário-geral do Ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso.