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Defesa estrutura ações governamentais para situações de Mobilização Nacional

Todos os países precisam ter capacidade de se articular e organizar com rapidez frente a situações de crises ou de ameaças externas. Para tanto, o Brasil conta com o Sistema de Mobilização Nacional (SINAMOB), mecanismo previsto pela Constituição Federal que autoriza o governo a canalizar esforços, recursos matérias e humanos para defender o país de agressões estrangeiras e também atuar em situações de catástrofes naturais.

Nesta terça-feira (15), na sede do Ministério da Defesa (MD) em Brasília, foi dado início a um encontro para debater e articular ações conjuntas entre vários ministérios, autarquias e entidades civis. O I Simpósio de Mobilização Nacional tem o objetivo de organizar as principais ações que precisam ser executadas – como a construção de pontes, melhoria de estradas, construção de portos e aeroportos – para que, diante de situações ameaçadoras, o país possa se proteger, agindo de forma rápida e sem prejudicar o cotidiano da população. Essas ações, especialmente aquelas voltadas à infraestrutura e logística, exigem um planejamento de longo prazo.

Na abertura do encontro, o chefe de Logística do Ministério da Defesa, brigadeiro Gerson Machado, falou sobre a importância de uma Mobilização Nacional articulada, não só em tempos de conflito, mas também em tempos de paz. “A mobilização permeia todas as funções logísticas, tudo depende de uma estrutura pré-estabelecida. Cada vez mais somos chamados para agir em eventos como catástrofes naturais, para solucionar problemas que antes não eram resolvidos”, disse.

O coordenador da Seção de Mobilização Nacional do MD, Antônio Fernando Santos, lembrou que, ao contrário do que muitos imaginam, essa atividade não é uma exclusividade do setor militar, e sim, da sociedade como um todo. Além disso, o coordenador explicou que, justamente por envolverem medidas que levam tempo para serem executadas, essas ações precisam ser pensadas com antecedência.

Para exemplificar a necessidade de um país ter esse setor bem articulado, o coordenador explicou que, segundo alerta já feito por ambientalistas, por causa da combinação das mudanças climáticas com o acelerado crescimento da população, a água deve deixar de existir em diversos lugares do planeta e, com isso, a disputa por esse bem vital pode iniciar uma série de conflitos no planeta.

“Precisamos de um plano de ação de mobilidade nacional. Temos que saber tudo o que o país tem, onde tem e, se não tem, aonde iremos buscar. Não podemos esperar acontecer para fazer”, explicou Santos.

O coordenador propôs ainda que cada órgão envolvido crie núcleos para que a comunicação entre os participantes possa ocorrer de forma cada vez mais precisa e célere.

Outra participante do primeiro dia do Simpósio foi a professora Maria Leonor Teixeira, da Escola Superior de Guerra (ESG), que ressaltou a importância da participação civil na estratégia de mobilização. Segundo ela, muitos brasileiros não têm noção das riquezas naturais do próprio país e de como esses recursos despertam o interesse do mundo todo.

“Antes de entrar na ESG, eu não tinha ideia do valor desse país e do poder dele. Para valorizar o nosso país, antes, é preciso conhecê-lo”, explicou.

Participam do encontro representantes dos ministérios da Saúde, Transportes, Comunicações, Agricultura, Ciência e Tecnologia, além de agências reguladoras como a Nacional do Petróleo e a Nacional de Energia Elétrica.

As palestras serão ministradas por especialistas da Escola Superior de Guerra (ESG) e das Chefias de Operações Conjuntas e de Logística.

A primeira e única vez em que o Brasil decretou a Mobilização Nacional foi em 1942, na II Guerra Mundial.

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