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DEFESA – Discurso Dilma Rousseff aos oficiais-generais

Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante almoço de confraternização com os oficiais-generais das Forças Armadas – Brasília/DF
(Itálicos DefesaNet)
(Importantes declarações na segunda parte do discurso)


Clube da Aeronáutica – Brasília-DF, 19 de dezembro de 2011

Senhor Michel Temer, vice-presidente da República,
Senhores ministros de Estado: Celso Amorim, da Defesa; José Elito Carvalho Siqueira, do Gabinete de Segurança Institucional,
Senhores comandantes: da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto; do Exército, general de Exército Enzo Martins Peri; da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito,
Senhor chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general de Exército José Carlos De Nardi,
Senhores secretários do Ministério da Defesa,
Senhores oficiais-generais,
Senhoras e senhores,
Senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas,

 Festejos de final de ano nos oferecem oportunidades para balanços e para firmar votos sobre o futuro que vem.

Por isso, quero aproveitar este encontro para compartilhar com vocês o meu otimismo sobre o Brasil. Nós ingressamos em um novo ciclo de desenvolvimento em que o crescimento econômico se combina com a inclusão social de mais e mais brasileiros, e vai exigir de nós uma grande preocupação com a nossa capacidade de manter as nossas indústrias – e aí, em especial, a indústria da defesa – e também a nossa capacidade de incorporar ciência, tecnologia e inovação nos serviços e nos bens militares.

A despeito da crise que assola os países desenvolvidos, o Brasil crescerá em 2011. Até outubro, nós já tínhamos criado 2,2 milhões de empregos formais. A inflação está sob controle e avançamos, ainda mais, em nosso esforço de consolidação fiscal com uma política monetária que permite margem de manobra em relação aos juros.

Temos atraído volumes recordes de investimento direto externo, e nossas reservas internacionais ultrapassam os US$ 350 bilhões. Temos também um colchão de liquidez, sob a forma de depósitos compulsórios do Banco Central, em torno de R$ 430 bilhões.

Aos bons indicadores econômicos ou macroeconômicos que o Brasil hoje coleciona somam-se nossas conquistas sociais. Depois de criar condições para a ascensão de cerca de 40 milhões de brasileiros e brasileiras às classes médias, estamos fortemente comprometidos com a erradicação da miséria. Com o Plano Brasil sem Miséria vamos garantir, a 16 milhões de brasileiros que estão hoje na extrema pobreza, acesso a direitos e oportunidades.

Permitam-me compartilhar com vocês um resultado que anunciamos na última sexta-feira: somente nos seis primeiros meses desse Plano, já construímos as parcerias com nove dos governos estaduais para a complementação entre o Bolsa Família e os programas estaduais de renda, e isso vai permitir que, até 2014, 3,5 milhões de brasileiros tenham sua renda elevada para além da linha da pobreza.

Na saúde, nós lançamos um programa, que também gostaria de compartilhar com vocês, o Melhor em Casa – uma espécie de home care, para levar assistência médica de qualidade à casa de milhões de brasileiros -, e o SOS Emergências para melhorar o atendimento em nossos prontos-socorros.

Com o Viver sem Limites vamos garantir direitos, apoiar e estimular os milhões de brasileiros com deficiência, para que tenham uma vida plena. Aliás, o IBGE calculou que, de uma forma ou de outra, existem 45 milhões de brasileiros com alguma forma de deficiência.

Para dar o salto educacional que nossa economia e nosso país precisam, o Pronatec oferecerá 8 milhões de vagas em cursos técnicos e de qualificação profissional, para que nossos jovens e trabalhadores tenham acesso a mais e melhores empregos. E o Ciência sem Fronteiras levará 101 mil melhores estudantes e pesquisadores brasileiros em áreas tecnológicas de engenharia e médicas para estudar nas melhores universidades do exterior.

Todas essas conquistas, que muito nos orgulham, foram construídas com planejamento e políticas bem estruturadas. Por isso, temos todos os motivos para olhar 2012 com grande otimismo, com a certeza de que o Brasil continuará crescendo com estabilidade e diminuindo a desigualdade em um ambiente de pujante democracia.

Senhoras e senhores oficiais-generais,

Na caminhada para tornar o Brasil um país mais justo, mais desenvolvido e mais soberano, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas brasileiras têm e terão um papel muito relevante. As nossas Forças Armadas serão parceiras inestimáveis na construção deste novo Brasil. Um Brasil forte, profissionalizado, com capacidade de criar e construir ciência, tecnologia e inovação exige Forças Armadas fortes, capazes de construir este país.

A sociedade brasileira reconhece, em suas Forças Armadas, as virtudes da lealdade, da abnegação e do patriotismo. Reconhecemos a nobreza daqueles que dedicam a vida à defesa da soberania, da democracia e da integridade territorial do Brasil, por isso o Brasil também tem de reconhecer que esses homens e mulheres necessitam de recursos, não só aqueles dos equipamentos, mas também aqueles que garantam uma vida digna à família militar.

No novo Brasil que estamos construindo, as Forças Armadas serão cada vez mais exigidas. Seguiremos com os projetos de renovação dos equipamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Isso nos permitirá aumentar nossa capacidade operativa e também a possibilidade de o Brasil contribuir, sempre que for adequado ao interesse nacional, em operações de manutenção da paz, sob a égide das Nações Unidas. Permitirá – cabe destacar – que se desenvolva, ainda mais, a Indústria Nacional de Defesa, melhorando nossa capacidade tecnológica e agregando mais valor ao Brasil.

Daí porque, senhores generais, temos de dar muita importância também a uma política de compras governamentais que tenha o poder de organizar a demanda e, assim, fortalecer a cadeia produtiva de bens industriais e de serviços para a defesa.

Estamos comprometidos com a valorização da profissão militar para que continuemos atraindo, para nossas Forças Armadas, os quadros necessários ao pleno cumprimento de suas funções profissionais e constitucionais. E também devemos reconhecer a importância que as três Forças têm no futuro do Brasil, no que se refere à agregação de inovação e de capacidade científica e tecnológica.

No futuro promissor que vislumbro para o Brasil, tenho certeza de que contaremos com o trabalho, a dedicação e o patriotismo de nossas Forças Armadas, seja nas atividades de defesa civil, quando se trata de resgatar brasileiros e brasileiras de problemas decorrentes de variações climáticas; seja também quando se trata de garantir a lei e a ordem em muitas regiões do nosso país; seja, sobretudo, quando se trata da política estratégica de fronteiras; mas também seja – como eu repeti anteriormente – no desenvolvimento científico e tecnológico do país.

Desejo um Feliz Natal e um próspero Ano Novo! Um próspero 2012 a todos os soldados brasileiros que atuam neste imenso país e também no exterior! Desejo aos senhores oficiais-generais um bom 2012 e um Natal cheio de paz e tranquilidade com suas famílias!

Muito obrigada.

Dilma Rousseff
Presidenta da República

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