Nota DefesaNet
Um fato é claro. Não há Cyberwar ou qualquer outro conflito clássico sem o domínio da ciência de criptografia.
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O Editor
Matheus Piovesan
Trunfo nazista nos primeiros anos da II Guerra Mundial, as mensagens codificadas por uma máquina eletromecânica foram o principal meio para resguardar informações trocadas pelo exército alemão.
Capaz de gerar sextilhões de variações de códigos, tornando um desafio quebrá-los, um modelo da tecnologia militar da Alemanha de Hitler estará disponível para os apreciadores da História a partir desta sexta-feira.
Chamada de Enigma, a relíquia de guerra chega para turbinar a exposição Alan Turing: Legados para a Computação e para a Humanidade, realizada no Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) até 22 de março. Segundo o professor do Instituto de Informática Dante Barone, curador da amostra, a instituição é a única universidade do mundo a contar com um exemplar do equipamento que lembra uma máquina de datilografar antiga — os outros 300 estariam em mãos de empresas privadas e de colecionadores.
Patenteada em 1918, a Enigma ganhou fama após ser adaptada pelos alemães a partir da década de 1930.
— O cuidado ao montar as peças da Enigma era fundamental. Se o rotor (engrenagem) não fosse encaixado no local exato, a mensagem se tornaria ininteligível — explicou o físico Ivan Boesing, que buscou o equipamento nos Estados Unidos.
Enigma teria sido decisiva para encurtar o confronto
Homenageado na UFRGS pelo centenário de nascimento, Turing foi essencial ao comandar uma equipe de cerca de 10 mil pessoas que trabalhava diariamente para decifrar as mensagens criptografas da máquina.
— Os esforços de Turing e sua equipe teriam encurtado a II Guerra em dois anos e poupado 2 milhões de vidas. Seria desta ordem de grandeza o impacto da descoberta que quebrou os códigos da Enigma — disse Barone.
Com patrocínio do Ministério da Educação, a Enigma e um rotor encontrado em iate de Hitler custaram R$ 300 mil e foram adquiridos de um colecionador americano que, há 50 anos, se dedica a recuperar máquinas decodificadoras. Após a exposição, a Enigma fará parte do acervo do Instituto de Informática da UFRGS, no Campus do Vale, onde poderá ser estudada pelos alunos.
Como visitar
Exposição: Alan Turing: Legados para a Computação e para a Humanidade
Onde: Museu da UFRGS (Av. Osvaldo Aranha, 277), Porto Alegre
Quando: a partir de sexta-feira até 22 de março
Horário: de segunda a sexta, das 9h às 18h (demonstração inaugural do funcionamento da máquina às 10h de sexta)
Custo: entrada gratuita
Agendamento de visitas guiadas: (51) 3308.4022, www.museu.ufrgs.br e educativo@museu.ufrgs.br