Assuntos: A Crise adiada; Ambientalismo e indianismo e Cenários mundiais
A crise adiada
A recente crise não foi propriamente militar; foi política. È evidente que a “base aliada” se assusta com as faxinas da Dilma. Ainda que mínimas, as faxinas assustam pela possibilidade de ampliação incentivada pelo apoio popular. Entre os assustados está a maior parte do PT, a ala sindicalista liderada pelo Zé Dirceu. Tudo indica que as ministras dos Direitos Humanos e da Mulher foram seus elementos de manobra no atrito criado com as Forças Armadas.
Falta analisar o papel do Ministro da Defesa; acredita-se que ele tentou forçar a punição dos que assinaram o manifesto, mesmo sem respaldo jurídico, especificamente para criar caso. Felizmente para o Governo, o Comandante do Exército declarou que não haveria punições, ultrapassando a crise
Eis um cenário que poderia ter acontecido, (ou quem sabe, venha a acontecer) caso fosse insistido com as punições: para não passarem por covardes, todos os militares de brio assinariam o manifesto, até os que não concordassem com ele.
Pensaria o Ministro em convocar a Força Nacional para prender generais? Certamente não. Estava sonhando talvez com uma revolta da tropa onde comitês de soldados vermelhos decidissem com uma justiça revolucionária de exceção ou a Presidente demitiria o ministro ou os acontecimentos tenderiam a seguir um rumo semelhante ao da Proclamação da República.
Entretanto, a crise não passou. Foi apenas adiada, pois não é crise militar, mas sim política. É o embate entre o fisiologismo e um ainda tímido ensaio de moralização, ambos procurando tirar proveito das ideologias nacionalistas ou militares e as esquerdistas de alguns ministros e as globalistas das oposições conforme as circunstâncias.
O Ministro da Defesa já carrega a aversão de todos os nacionalistas por ter assinado a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, que virtualmente lhes concede a separação da unidade Pátria. As duas ministras já quase antagonizaram o Exército com o Governo e ameaçam antagonizar também as bancadas evangélicas e ruralistas.
Melhor fará a Presidente se demitir os três antes que criem mais problemas
Ambientalismo e indianismo
Os temas dos direitos humanos, proteção ambiental, questões indigenistas e fundiárias e “igualdade racial”, têm sido manipuladas pelos centros anglo-americanos, como parte de sua agenda “globalista” de enfraquecimento dos Estados nacionais, com papel crescente das ONGs, que, supostamente, representariam melhor as demandas das sociedades.
Muitas dessas ONGs são elementos de guerra irregular, influenciando a formulação de políticas públicas e ações governamentais de interesse dos governos e fundações privadas estrangeiros, de uma forma muito mais eficiente do que seria possível com ações militares clássicas – o que se enquadra no conceito de “guerra de quarta geração”, no qual um Estado se opõe a elementos não-estatais (mesmo que estes estejam a serviço de outro Estado nacional).
Os estrangeiros podem explorar o que encontrarem nas terras indígenas, onde brasileiros são proibidos de entrar. Deu para compreender porque tem tantas ONGs internacionais na Amazônia? Dá para entender porque gastam dinheiro, tempo e espaço na mídia defendendo, lá de fora mais terra para os índios brasileiros. Os ingênuos e os malandros do Brasil, aliados a essa gente, não pregam prego sem estopa.
O diretor executivo da Rio + 20 propõe a criação de uma Agência Internacional para tomar decisões “em nível mundial”. Inconsequente! Ou é completamente obtuso ou está a serviço do estrangeiro, o que é mais provável.
É preocupante: A acomodação às pressões externas já provocou uma série de errôneas decisões estratégicas no País, nos governos anteriores, como nos casos das delimitações de grandes reservas indígenas e da draconiana e restritiva política ambiental nacional. Uma demonstração dessas pressões externas, que evidencia o caráter intervencionista de uma diplomacia “oficiosa”, é a ameaça ostensiva do Centro pela Justiça e o Direito Internacional de deflagrar uma campanha internacional contra o Brasil, caso o País não cumpra a decisão deles sobre a Guerrilha do Araguaia.
É impossível que nem a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, nem sua colega de Política para as Mulheres, se dêm conta desse fato, quando insistem em vocalizar as demandas da Corte Interamericana de Direitos Humanos contra a Lei da Anistia, forma institucional encontrada para se reconciliarem os interesses nacionais. Romero Juca dizem que agora esta prejudicandoo governo,mas já a muito tempo prejudicava o País .
Não somos o umbigo do mundo
É bom pensar no que pode aconteces se:
–Prosseguir o agravamento da economia mundial;
-Houver a dissolução da zona do Euro
-Acontecer um colapso do Dólar
-Ser deflagrada a guerra contra o Irã
-A guerra extrapolar para uma disputa entre os EUA e UK versus Rússia e China.
Em vista do quadro de nuvens carregadas e fortes turbulências que caracteriza o cenário global, onde um dos componentes é a retração do poderio militar e econômico estadunidense, não surpreende que os outros componentes do BRICS, especialmente, a Rússia e a China, estejam se preparando para todas as contingências. De uma forma ou de outra seremos envolvidos A hora de nos prepararmos é agora.
Somos o único entre os grandes países cuja capacidade militar é muito inferior às suas dimensões e potencialidades econômicas, sendo atualmente incapaz de prover uma capacidade dissuasória mínima contra qualquer agressão externa de monta. Ademais, é visível o exemplo negativo da vizinha Argentina, onde o revanchismo político implicou em uma brutal deterioração das condições operacionais das Forças Armadas, deixando o país em uma humilhante condição de impotência diante de episódios como as recentes provocações militares do Reino Unido, em torno da disputa pelas Ilhas Malvinas.
O Brasil precisa estabelecer os seus planos estratégicos, para o que der e vier, – e não pode se dar ao luxo de ensejar dissidências internas causadas por grupos de indivíduos que se comportam como viúvas da Guerra Fria.
Que Deus guarde a todos vocês
Gelio Fregapani