Júlio Ottoboni
Correspondente do DefesaNet em São José dos Campos
O Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-4) deve ser lançado no final deste ano, para compensar a perda de seu antecessor devido a uma falha no foguete chinês Longa Marcha 4. A data limite é a segunda semana de dezembro, quando há uma janela na base de lançamentos chinesa.
Os técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) correm contra o tempo, pois o intervalo sem imagens de sensoriamento remoto próprias tem gerado um prejuízo incalculável para as ações voltadas a preservação da Amazônia, principalmente.
Com a intenção de acelerar o processo de integração dos sistemas, o gerador solar do CBERS-4 foi embarcado ontem, 08 de maio, para a China. A montagem no corpo do satélite, que está em fase adiantada e que foi realizada pelo Brasil no satélite perdido, está sendo desenvolvida totalmente na Ásia.
Segundo informação da Agência Espacial Brasileira (AEB), desde o mês de abril o gerador passou por uma série de testes no Laboratório de Integração e Testes (LIT), do INPE, em São José dos Campos (SP). Os engenheiros aprovaram integralmente o equipamento que chegará em poucos dias ao centro de integração da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial.
Com mais de 16 metros quadrados, o gerador solar é responsável por captar a luz do Sol e convertê-la em energia para alimentar as baterias instaladas no interior do satélite. Isso fará que todo os sistemas e subsistemas tenham energia elétrica para desempenharem suas funções no tempo de vida útil no espaço.
Apesar das grandes dimensão, o peso da peça é de 55 quilos. A tecnologia empregada pela ORBITAL Engenharia e a CENIC Indústria e Comércio, ambas de São José dos Campos, está entre as mais avançadas do mundo. O projeto utilizou materiais leves de alta resistência e durabilidade, o que tem sido uma tendência nos projetos espaciais.
O primeiro comando o fundamental para o funcionamento do CBERS-4 será a abertura do painel gerador solar, denominado de SAG. Isto é feito quando o satélite alcança a órbita programada.
Durante o tempo em que o satélite recebe a luz solar em órbita, o SAG além de abastecer os diversos instrumentos a bordo também completa a carga das baterias para energizar os equipamentos na fase de eclipse, ou seja, período em que a luz solar não atinge o equipamento.
Desenvolvido com tecnologia de células de tripla junção de alta eficiência energética, o gerador solar CBERS-4 produzirá até três mil watts de potência elétrica em condições normais de iluminação.