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CBERS-3 Possui Inovadora Câmera Nacional

Uma apresentação sobre a MUX, a primeira câmera para satélite inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil, foi um dos marcos da comemoração de 51 anos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na sexta-feira (10), em São José dos Campos.

A câmera, já integrada ao satélite sino-brasileiro CBERS-3, que será lançado na China no final do ano, começou a ser projetada em 2005 e seu desenvolvimento cumpre importante função do programa espacial brasileiro, que é a qualificação da indústria nacional.

Com 20 metros de resolução e multiespectral, a MUX câmera registra imagens no azul, verde, vermelho e infravermelho, em faixas distintas. Essas bandas espectrais têm funções bem calibradas visando seu uso em diferentes aplicações, principalmente no controle de recursos hídricos e florestais.

"A finalidade primária é a coleta de imagens para monitoramento de recursos terrestres. Isso abrange controle e monitoramento hidrológico, florestal, agrícola, perimetral urbana, mineral e até planejamento de ocupação sustentável, queimadas, mineração ilegal, retirada de madeira, entre outros", explica Mário Selingardi, gerente do projeto da MUX no Inpe.

A empresa nacional contratada pelo INPE para viabilizar o projeto da MUX é a OPTO Eletrônica, de São Carlos (SP), que foi capaz de desenvolver a câmera de 115 Kg, dividida em três equipamentos. A câmera propriamente dita possui 95kg, 1,1m x 0,55m x 0,8m, onde estão as lentes e o plano focal, bem como toda a estrutura e sistema térmico, radiadores, aquecedores, blindagens, eletrônica de proximidade, etc. Junto com ela vai um outro módulo, que controla o sistema de ajuste focal, controle térmico e alguns sistemas auxiliares. O sistema é completado pelo equipamento onde a imagem é processada e condicionada para envio à terra.

Projeto espacial dos mais sofisticados realizados no país, a MUX exigiu análises minuciosas e rigorosas, pois a câmera precisa suportar o tempo de vida necessário no ambiente hostil do espaço.

CBERS – Com os satélites do programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), o Brasil monitora desmatamentos, a expansão urbana e da agropecuária, entre outras aplicações. Em parceria com os chineses, o INPE já lançou três satélites: CBERS-1, em 1999; CBERS-2, em 2003; e CBERS-2B, em 2007.

Um dos principais programas de sensoriamento remoto do mundo, ao lado do norte-americano LANDSAT, do francês SPOT e do indiano ResourceSat, o CBERS promove a inovação na indústria espacial nacional, gerando empregos em um setor de alta tecnologia fundamental para o País.

Graças à política de acesso livre às imagens, uma iniciativa pioneira do INPE, as imagens do CBERS são distribuídas gratuitamente a qualquer usuário pela internet, o que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro.

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