Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) – O Cazaquistão está oferecendo vender urânio ao Brasil para compensar a escassez de combustível para seu programa de energia atômica e ajudar o país a explorar suas grandes reservas de minério de urânio, disse uma importante autoridade do Cazaquistão nesta sexta-feira.
"Propusemos a participação do Cazaquistão em propostas para a compra de urânio ou qualquer outro tipo de combustível que possa ser usado na indústria brasileira", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Cazaquistão, Yerzhan Ashikbayev, após encontro com autoridades do setor de energia do Brasil.
O Cazaquistão é o maior produtor mundial de urânio e o seu operador nacional, Kazatomprom, responde por um terço da produção mundial do minério necessário para gerar energia nuclear e também para fabricar armas.
O Cazaquistão herdou uma indústria nuclear avançada quando a União Soviética entrou em colapso e é um dos principais fornecedores de urânio concentrado, também conhecido como 'bolo amarelo', usado em reatores nucleares.
Apesar de possuir abundantes reservas de urânio, entre as dez maiores do mundo, a indústria nuclear do Brasil tem sido prejudicada pela negação de licenças ambientais para extrair o minério. Sua capacidade de enriquecimento tem ficado para trás devido à falta de investimento, e o país precisa importar urânio de produtores como o Canadá para alimentar suas duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2.
O Brasil busca um investidor para concluir a usina de Angra 3, que teria que depender inteiramente do combustível nuclear importado.
Ashikbayev disse que o Cazaquistão quer ajudar o Brasil a explorar suas reservas de urânio. "Há potencial inexplorado no Brasil e temos o know-how para executar grandes projetos", disse ele a repórteres.
Nota DefesaNet
Prolemas de licenciamento ambiental tem travado a prospecção de urãnio no Brasil.
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