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BID – O BNDES e a indústria da defesa

Armando Brasil

 

O Brasil deve priorizar o desenvolvimento da sua indústria militar.A indústria da defesa representa 3,7% do PIB do País, gerando 60 mil empregos diretos, tendo um faturamento anual de R$ 202 bilhões e uma das médias salariais das mais altas da atividade industrial. É dos setores industriais, talvez, o que mais investe em tecnologia.

O BNDES como principal agência de fomento do Governo Federal tem um papel central neste processo de desenvolvimento. Em estudo realizado sobre o tema intitulado “Panorama sobre a Indústria de Defesa e Segurança no Brasil”, um grupo de técnicos daquela instituição fez um amplo e preciso diagnóstico dessa indústria no Brasil e no mundo, que está disponibilizado para acesso na Internet e que foi pelos autores, assim sintetizado:

“Com o crescimento econômico e o ganho da importância do Brasil na esfera internacional, o tema defesa ressurge nas discussões por sua relevância estratégica. A eliminação do hiato formado pelo baixo investimento em defesa nas últimas décadas, proporcionalmente inferior ao dos outros países, cria uma oportunidade de crescimento para a indústria. Um novo marco regulatório traz condições de preferência para empresas brasileiras, ao mesmo tempo em que o orçamento se mostra crescente. O presente artigo traz um panorama da indústria de defesa e segurança no Brasil e das transformações pelas quais vem passando em razão das recentes políticas públicas para a defesa e as possibilidades de atuação do BNDES”.

Além do financiamento à implantação e à expansão de um parque fabril destinado à indústria bélica, o BNDES deverá manter uma linha de crédito para os clientes internacionais, bem como propor que o Brasil ofereça instrumentos de seguro, aos fabricantes nacionais. Deve, ademais, propor a criação de um grupo especial, dentro da Câmara do Comércio Exterior, para focar, exclusivamente, o setor da defesa.

Em paralelo, tem-se de buscar a criação de incentivos governamentais, para o setor da Defesa, aumentando a competitividade dos fabricantes brasileiros e elevando a sua participação no mercado internacional. É importante lembrar que a criação de uma política de Estado também se faz necessária, porque a venda de produtos militares não se dá entre empresas e consumidores, mas entre países. Uma nova política de incentivos para o setor deve ser, portanto, desenhada pelo governo federal, com o apoio do BNDES.

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