O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira (5), que pretende se reunir, já neste sábado (6), com os comandantes das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica –, em Brasília, para discutir os rumos da pasta. Ex-ministro das Relações Exteriores no governo Lula, Amorim substitui Nelson Jobim no comando do ministério, mas enfrenta resistência por parte dos militares que o veem como “a pior surpresa” para o cargo.
Em rápido pronunciamento durante um evento na Universidade Estadual da Paraíba, em João Pessoa, Amorim agradeceu ao convite da presidente Dilma Rousseff, e elogiou o trabalho do antecessor no ministério.
– Primeiramente, gostaria de gradecer a confiança da presidente Dilma Rousseff. […] Tenho muito apreço pelos trabalhos dos meus antecessores, inclusive aos do ministro Jobim. […] Pretendo continuar correspondendo aos interesses da nação.
Amorim disse ainda que pretende conversar pessoalmente com a presidente Dilma nos próximos dias, mas evitou fazer avaliações sobre o ministério da Defesa. Segundo ele, um novo pronunciamento com “detalhes” sobre o seu trabalho à frente da pasta deve ser feito somente após a posse, o que ainda não tem data para ocorrer.
Troca de comando
Jobim pediu demissão da Defesa nesta quinta-feira (4), após ter feito críticas às ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) em entrevista à revista Piauí deste mês – e depois de uma série de outras declarações polêmicas. A entrevista irritou o Palácio do Planalto, que pressionou para que deixasse o cargo.
Dilma convidou, então, o ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim, que enfrenta resistências porque, durante sua atuação no Itamaraty, tomou posições contrárias às das Forças Armadas.
O ex-chanceler, por exemplo, priorizou a relação com Fidel Castro, de Cuba, e Hugo Chávez, da Venezuela, além de se aproximar de Mahmmoud Ahmadinejad, do Irã, regime conhecido por seu autoritarismo. A avaliação é que, ao conduzir dessa maneira a política externa brasileira, Amorim