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Ágata 11: País contará com satélite de alta resolução nos Jogos Rio 2016

Alexandre Gonzaga

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, em visita a área de operações da Ágata 11 no Paraná e Mato Grosso do Sul, neste final de semana, anunciou na Base Aérea de Campo Grande que o Brasil vai contar com um satélite de alta resolução para ser utilizado durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. "Nesta segunda-feira (20), estaremos apresentando uma nova ferramenta, um satélite israelense de baixa altitude, com capacidade de definição em até 50 cm em um espaço de 450 km. Ele é capaz de visualizar e identificar objetos, pessoas, carros, mercadorias", declarou Jungmann.

Ainda de acordo com o ministro, o satélite estará disponível, experimentalmente, por seis meses, complementando a segurança, e futuramente, apoiando na fiscalização das fronteiras.

Sobre a segurança nas fronteiras, Jungmann assegurou que a solução é a implantação definitiva do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), projeto estratégico de defesa, coordenado pelo Exército. "Para 2017, a prioridade será ampliar os recursos para a implantação definitiva do Sisfron”, afirmou o ministro da Defesa.

Ágata 11

Raul Jungmann foi a Foz do Iguaçu, na sexta-feira (17) pela manhã, acompanhar as ações da Ágata 11. O ministro sobrevoou a região da Tríplice Fronteira. Até aquele momento, tinham sidos vistoriados mais de 10 mil veículos, apreendidos 10 armas de uso exclusivo das Forças Armadas e 220 munições, além de três toneladas de explosivos e 12 prisões.

"Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, vamos utilizar 38 mil militares que atuarão no contraterrorismo, segurança de infraestruturas críticas, policiamento ostensivo e recepção de mandatários", comentou o ministro Raul Jungmann.

Entre Santa Catarina e o Paraná, quatro mil militares da Marinha, Exército e Aeronáutica atuam no combate ao crime transfronteiriço como tráfico de armas e drogas, contrabando e descaminho, lavagem de dinheiro e descaminho.

Segundo a Receita Federal, um dos 30 órgãos que trabalham em conjunto na Operação Ágata na região de Foz do Iguaçu, as apreensões, nos últimos 15 anos, somam R$ 1 bilhão.

Para o delegado da Receita, Rafael Dolzan, operações de longa duração e permanentes são mais eficientes. Rafael disse que o trabalho integrado entre as agências complementam as capacidades e auxiliam no conhecimento.

À tarde, Jungmann seguiu para Campo Grande. Ainda no aeroporto da capital sul-matogrossense, o ministro conversou com os jornalistas. Questionado sobre a morte de um traficante no Paraguai, na última quarta-feira (15), explicou que o papel das Forças Armadas é a defesa do País, e que a atuação dos militares em atividades de segurança pública ocorre quando convocados, em situações especiais e esporádicas, quando há colapso ou insuficiência dos órgãos estaduais.

Na área de operações do Comando Militar do Oeste (CMO), três mil militares e 220 integrantes de agências e órgãos públicos participam da Ágata 11. Até sexta-feira (17), foram apreendidos oito toneladas de maconha e 25 quilos de cocaína.

Ainda em Campo Grande, o ministro visitou no CMO, o Centro de Operações da Ágata 11. No dia seguinte, antes de embarcar para Corumbá (MS), Jungmann conheceu o protótipo do KC-390, que ficará na Base Aérea até o dia 14 de julho, para testes e ensaios com lançamentos de carga e paraquedistas.

O piloto de teste da Embraer, Alexandre Matta, explicou ao ministro que o protótipo é uma ferramenta que confirma os requisitos dos projetos para a certificação da aeronave. "O modelo é dotado de uma série de sensores que nos permitem obter informações de conformidade", ressaltou o piloto.

Na Base Aérea, Jungmann também conheceu uma das duas aeronaves C-105 Amazonas que estão equipadas com oito cápsulas para o transporte de pacientes contaminados por agentes químico, biológico, radiológico e nuclear. Essa aeronave foi utilizada em novembro de 2015, para a transferência de um paciente, com suspeita de ebola de Belo Horizonte para a cidade do Rio de Janeiro. O ministro ainda teve contato com o simulador de voo do Super Tucano.

Ministro Jungmann acompanha ações em Corumbá

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, esteve neste sábado (18), em Corumbá, no Mato Grosso Sul, para acompanhar as ações da 11ª edição da Operação Ágata. No primeiro compromisso do dia, o ministro Jungmann foi ao posto da Receita Federal, na divisa entre o Brasil e a Bolívia. Na região de Corumbá, cerca de 1 mil militares da Marinha, Exército e Aeronáutica e integrantes de 12 agências governamentais atuam no combate ao crime transfronteiriço.

Na fronteira, circulam, entre os dois países, aproximadamente 80 mil veículos por mês. O resultado da Operação contabiliza, até agora, a apreensão de 120 quilos de pasta base de cocaína e 2,5 toneladas de maconha, além de armas e munições.

"A Operação inibe a continuidade do crime e representa um esforço na segurança para reduzir a taxa de criminalidade nos centros urbanos", comentou o ministro Jungmann.

Para o ministro, a solução permanente para o enfrentamento ao crime nas fronteiras é a implantação definitiva do Sistema de Monitoramento de Fronteiras, o Sisfron. "Ele (o sistema) significa o aumento na fiscalização e controle, além de atender o principal objetivo, que é defender as fronteiras do Brasil".

Deslocamento fluvial

Raul Jungmann seguiu de lancha pela hidrovia do Rio Paraguai, até um posto de bloqueio e controle fluvial, distante 15 quilômetros do Complexo Naval de Ladário (MS).

Durante o deslocamento fluvial, o ministro pôde verificar os atendimentos médicos e odontológicos à população ribeirinha do Pantanal Sul-Matogrossense, realizados pelo Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) "Tenente Maximiano", da Marinha, e pela embarcação "Forte Coimbra", do Exército.

No posto de bloqueio fluvial, onde a Marinha do Brasil mantém uma área denominada de Adestramento do Rabicho, 30 militares realizam patrulhas no rio Paraguai.

"Fronteira é zona sensível para a soberania e defesa nacional, e ações como esta contribuem também para a segurança dos Jogos Olímpicos", afirmou o ministro Raul Jungmann.

A Operação, que ocorre de Roraima ao Rio Grande do Sul, envolvendo os 16.886 quilômetros de fronteira, em 11 estados, é realizada às vésperas dos Jogos Rio 2016.As últimas edições da Ágata precederam a realização de grandes eventos como a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014.

Após a visita ao posto de bloqueio fluvial, o ministro Jungmann embarcou no Navio de Transporte Fluvial Almirante Leverger.

Na região de Corumbá e Ladário, a Marinha exerce papel fundamental na Operação Ágata 11. Segundo o comandante do 6º Distrito Naval, almirante Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, as atividades da Ágata acontecem simultaneamente às ações cívico-sociais (Acisos), que já realizaram mais de 100 atendimentos médicos, 45 odontológicos e distribuíram 10 mil medicamentos. A Ágata opera na região com seis navios, 59 embarcações, dois helicópteros e sete viaturas.
 

Estiveram também presentes nas ações o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; o comandante de Operações Terrestres do Exército, general Araken de Albuquerque; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério da Defesa, almirante Ademir Sobrinho; o chefe de Operações Conjuntas do EMCFA, general  Gerson Menandro Garcia de Freitas; o comandante Militar do Oeste, general Paulo Humberto Cesar de Oliveira; além de outras autoridades civis e militares.

Ágata

A Ágata é uma iniciativa de responsabilidade do Ministério da Defesa, sob coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). O objetivo da Operação é combater delitos como narcotráfico, contrabando e descaminho, tráfico de armas e munições, crimes ambientais, imigração e garimpo ilegais, entre outros ilícitos.

Todas as atividades são desempenhadas por militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além da participação de profissionais de mais de 30 agências governamentais. A Operação foi instituída por decreto, em 2011, no âmbito do Plano Estratégico de Fronteira (PEF).

Este ano, a ação conta com 12 mil militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Além desse total, participam agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério Público Federal, entre outros.

A Ágata é a maior mobilização realizada pelo Brasil no combate aos ilícitos de norte a sul do país.

 

 

 

 

 

 

 

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