Fernanda Melazo
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI
A maior deficiência nas estratégias de segurança cibernética não é a falta de recursos tecnológicos e sim a de recursos humanos. Esse é o alerta feito por Larissa Querino, líder do projeto de Segurança Cibernética da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), durante o bate-papo “Cyber Segurança na era da Economia Digital”, ocorrido no sábado (22JUN2019) na terceira edição da Campus Party, que aconteceu no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
“Combater os ataques e crimes cibernéticos exige cada vez mais profissionais treinados e em constante capacitação”, disse Larissa, ao lado de Leonardo Reisman, diretor do Parque Tecnológico de Brasília (Biotic) e de Ulysses Machado, coordenador geral de Segurança da Informação do Serpro. O debate ocorreu na área open da Campus Party, no estande do Governo do Distrito Federal.
Segundo dados citados pela ABDI, o custo anual dos crimes cibernéticos no mundo equivale a 0,8% do PIB mundial, um valor estimado em US$ 608 bilhões. “Os crimes cibernéticos têm grande potencial destrutivo”, afirmou Adryelle Pedrosa, técnica da equipe da ABDI, que também participou da palestra.
O Brasil aparece entre os cinco principais países de origem de ataques no mundo. E o segundo em número de crimes cibernéticos. Em 2018, o país atingiu o score de 0,577, ocupando o 70º lugar no ranking global do nível de segurança cibernética.
Diante desse cenário de premente digitalização da economia brasileira, a ABDI desenvolve o programa ProCyber, que, em parceria com a Biotic, prevê a estruturação e a colocação em operação do Centro de Segurança Cibernética – Cyber Arena. O objetivo é capacitar pessoas para atuar na área de segurança cibernética com foco nas demandas de governos e empresas.
Em palestra, a Larissa Querino, líder do projeto de Segurança Cibernética da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
Larissa alertou para a carência no Brasil de cursos de formação básica no assunto e chamou a atenção para a necessidade de mobilizar inclusive os alunos do ensino médio para o tema. “Precisamos criar a cultura da segurança cibernética. A ideia é ir até o aluno do ensino médio e ensino superior para sensibilizá-los para os exercícios de segurança cibernética”, disse. “Segurança da informação hoje não é mais uma escolha, é uma necessidade”, pontuou Ulysses Machado.
A terceira edição da Campus Party Brasília encerrou no sábado (22JUN2019).
A ABDI participou do evento com debates e palestras sobre inovação. A Campus apresentou aos participantes, além de palestras, hackatons, duelos e workshops.