Nota DefesaNet
Esta é um de uma série de artigos preocupantes pelo seu timing. Após os eventos de Paris, com o ataque a Charlie Hebdo, em 07 JAN 15.
Uma série de longos artigos ressuscitaram o caso NSA/ Snowden.
Começou pela alemã Der Spiegel com a matéria “The Digital Arms Race: NSA Preps America for Future Battle”, publicada dia 17 JAN 15. Somente 10 dias após os ataques em Paris, toda a troupe ligada a Snowden, especialmente a ativista alemã Laura Poitras produziam um panfletário artigo.
O objetivo? No exato momento em que a agência de inteligência francesa DGSE procurava a NSA por ajuda, para rastrear os jihadistas.
Não escrito oficialmente, mas percebido em muitos lugares desde os ataques em Paris, assim como no Yemen, os movimentos jihadistas obtiveram um certo grau de liberdade pelos alertas lançados por Snowden, Poitras, Greenwald, etc.
O monitoramento da web perdeu eficácia, o suficiente para que os grupos jihadistas e o Exército Islâmico conseguissem estruturar-se para novos golpes.
O presente artigo da agência Reuters, é uma incógnita, por vários motivos:
1 – O artigo da CBCNews tem um escopo e fim diferente do descrito (Links abaixo);
2 – O documento Levitation, da Agência Canadense Communications Security Establishment (CSE), similar à americana NSA, (pode ser baixado em formato pdf aqui Link), menciona especificamente o monitoramento dos serviços Free File Upload;
3 – Estes serviços (Rapidshare, etc) são usados pelos grupos terroristas e jihadistas para divulgação de material de propaganda e especialmente de treinamento como fazer bombas, armadilhas, etc.;
4 – O próprio documento menciona que dos milhões de monitoramentos cerca de 350 eventos mês produzem resultados, e,
5 – Estes resultados são compartilhados com o Grupo Five Eyes ( USA / UK / CA / AUS / NZ) e com agências de inteligência de outros países.
De todos os documentos divulgados pelo que a Reuters em um lapso de politicamente correto menciona de “delator”, o LEVITATION seria um dos mais defensáveis.
O Editor
DefesaNet
Links
Levitation, da Agência Canadense Communications Security Establishment (CSE) – pdf Link
CBC News CSE tracks millions of downloads daily: Snowden documents Link
CBC News How Canada's spy agency hunts extremists through file-sharing sites Link
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Matéria da Reuters Brasil
28 JAN 2015
Documentos de Snowden mostram que Canadá espiona Brasil e outros países na Internet
Por David Ljunggren
Reportagem adicional de Mike de Souza, em Ottawa
e de Anthony Boadle, em Brasília
OTTAWA (Reuters) – A agência de espionagem eletrônica do Canadá tem interceptado e analisado dados de mais de 15 milhões de downloads de arquivos por dia como parte de um programa de vigilância global, que inclui o Brasil, de acordo com uma reportagem publicada nesta quarta-feira.
Além do Brasil, o programa de vigilância, apelidado de Levitation (Levitação), inclui países aliados e parceiros comerciais do Canadá como Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, Espanha e Portugal, disseram a reportagem da CBC News e o jornalista Glenn Greenwald.
A iniciativa de espionagem foi revelada em 2012 em documentos obtidos pelo delator norte-americano Edward Snowden. É a primeira revelação dos documentos de Snowden a mostrar que o Canadá lançou seu próprio programa global de vigilância na Internet.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil lamentou a informação da espionagem canadense e reafirmou a posição do governo de estimular a privacidade digital, lembrando que liderou na Organização das Nações Unidas (ONU) iniciativas aprovadas sobre o tema.
"O Brasil lamenta e repudia todos os episódios de espionagem não autorizada de autoridades estrangeiras por órgãos de inteligência. O Brasil tem procurado atuar, no sistema multilateral, no sentido de estimular o respeito à privacidade nos meios digitais", afirmou o ministério em e-mail enviado à Reuters.
"Também foram aprovadas resoluções, copatrocinadas pelo Brasil, na Assembleia-Geral da ONU, demonstrando o reconhecimento da importância do tema pela comunidade internacional", de acordo com o e-mail.
A CBC News revelou que o programa de vigilância Communications Security Establishment (CSE) detectou para a agência 350 "eventos de download interessantes" a cada mês.
O CSE é um órgão secreto e, assim como a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), monitora comunicações eletrônicas e ajuda a proteger redes nacionais de computadores. Não é permitido alvejar canadenses ou empresas do país.
Entre suas principais iniciativas, o programa de espionagem descobriu um vídeo de um refém alemão e um documento que revelou a estratégia de um braço da Al Qaeda no norte da África, disse a CBC News.
A agência não confirmou a reportagem, alegando em comunicado que o "programa CSE provou que a inteligência teve um papel vital na descoberta de tentativas de extremistas baseados no exterior de atrair, radicalizar e treinar indivíduos para promover ataques".
Os documentos de Snowden mostram que a agência analisou de 10 milhões a 15 milhões de uploads por dia de vídeos, músicas e outros arquivos em mais de 102 sites de compartilhamento de arquivos.
O Canadá faz parte da rede de inteligência formada também por EUA, Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia.
Em 2013, a presidente Dilma Rousseff exigiu uma explicação do Canadá depois que uma reportagem, também baseada em documentos vazados por Snowden, apontou que o programa de vigilância CSE espionou o Ministério de Minas e Energia.
Os documentos devem gerar mais perguntas sobre o CSE, que enfrentou no passado acusações de interceptar de maneira imprópria ligações e e-mails de cidadãos canadenses.
Em novembro de 2013, a CBC News citou outros documentos de Snowden mostrando que o Canadá permitiu que a NSA conduzisse vigilância abrangente durante a cúpula do G20 em Toronto em 2010.
O CSE não estava imediatamente disponível para comentar.