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Brasil é o segundo país do mundo que mais sofre com ataques virtuais

Bruno Rosa

O ataque virtual que tirou ontem do ar sites como os da Receita Federal e da Petrobras consolidam o Brasil como o segundo país que mais sofre crimes cibernéticos. Pesquisa da Symantec revela que, no maior país da América Latina, 76% dos usuários já foram alvo de ações de hackers. O país fica atrás apenas da China, onde o problema, como roubo de dados e spams, atinge a 85% dos internautas. A média global é de 65%.

E o problema no Brasil só vai crescer, dizem especialistas. Isso porque os novos internautas, oriundos da classe C, ainda não têm dimensão exata da importância de se investir na proteção do computador. O ataque que derrubou ontem sites do governo é mais comum do que se pensa. O Brasil, diz a Symantec, é o quinto país que mais origina ações feitas por robôs, que derrubam as páginas da internet devido ao aumento repentino de acessos. Quando se olha a origem de todos os tipos de ataques, o Brasil fica em quarto.

– Empresas e consumidores vão sofrer cada vez mais. No Brasil, não há um entendimento da necessidade de se investir em proteção. Verificamos que no ano passado as ameaças mais comuns foram a popularização de antivírus falsos e os encurtadores de links, muito populares em redes sociais, como o Twitter – afirma Bruno Rossini, gerente de Relações Públicas da Symantec para América Latina.

Além dos usuários, as empresas também têm muito a fazer. Pesquisa da Ernest & Young revela que menos de um terço das empresas têm programas voltados para se proteger de ataques. Michel Araújo, presidente da F5 Networks, afirma que a maior parte das companhias no país ainda não está protegida:

– Sites ligados a governo, operadoras de telefonia e redes de varejo ainda não investem pesado em segurança. Por outro lado, bancos e sites de compras estão mais adiantados. O problema que aconteceu (ontem) é que o firewall (barreira de segurança do site) não consegue segurar esse tipo de ataque. Por isso, é necessário investir em produtos que consigam identificar o tipo de acesso.

Camillo Di Jorge, diretor da Eset, lembra que o problema acontece há tempos no país. Recentemente, diz uma fonte do setor, o site da Caixa enfrentou problema por várias semanas.

– Como o Brasil tem tido ainda mais tensão no cenário internacional, torna-se alvo cada vez mais frequente. Recentemente, com a eleição de Dilma Rousseff para a Presidência, outros sites do governo foram atacados – lembra Jorge.

Os especialistas destacam que, como parte dos ataques ganham conotação política ou econômica, centenas de internautas aderem voluntariamente, baixando aplicativos próprios:

– Os hackers usam mensagens políticas para atrair. Com o crescimento das redes sociais, isso é potencializado – alerta Araújo, da F5.

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