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Pesquisa aponta os maiores medos ao redor do mundo

Por Nicholle Murmel – informações do DefenseOne e EpochTimes

O maior medo dos japoneses são as armas nucleares, o que não é surpresa. Já na África do Sul, no Quênia e em Uganda a preocupação maior são a AIDS e outras doenças. Desigualdade social é o temor mais profundo em boa parte da Europa e nos Estados Unidos.

Essas são algumas das descobertas levantadas por estudo do Pew Research Center com mais de 48 mil pessoas em 44 países. É importante lembrar que a pesquisa foi feita antes da pandemia recente de Ebola. A pesquisa propôs cinco categorias de ameaça: AIDS e outras doenças, armas atômicas, poluição e meio ambiente, desigualdade, e ódio étnico e religioso.

Na divisão por regiões, as populaçõe do Oriente Médio colocam o ódio religioso e sectário como a maior ameaça. Europa e EUA se preocupam mais com o abismo entre ricos e pobres. Poluição e questões ambientais são os temas mais críticos na Ásia. Na América Latina são os armamentos atômicos e na África o perigo meior segundo o público são as doenças, incluíndo a AIDS.
Outros dados interessantes levantados pela pesquisa:

  • A maior preocupação para os cidadãos do Reino Unido é o ódio racial e religioso (39%), o que coloca o páis no mesmo grupo que Índia (25%), Israel (30%) os territórios da Palestina (40%), Líbano (58%) e Malásia (32%).
  • Os entrevistados na França estavam igualmente divididos acerca do que consideravam o maior perigo – 32% disseram se preocupar com questões étnicas e religiosas.
  • Além do Japão, as seguintes nações enxergam as armas nucleares como maior ameaça: Rússia (29% dos entrevistados), Ucrânia (36%), Brasil (28%) e Turquia (34%).
  • O México seguiu a tendência latino-americana de medo da ameaça nuclear (26% dos entrevistados), mas acrescentou o perigo da poluição e degradação ambiental, que alcançou a mesma porcentagem na pesquisa.

Fica claro que o os dados do Pew Research Center estão ligados profundamente ao que as populações em cada região vivenciam na realidade imediata. Ódio étnico e religioso é um dos componentes centrais da atual instabilidade no Oriente Médio, onde os governos sectários não acomodam a pluralidade tribal e de vertentes do Islã, dando espaço para setores fundamentalistas, mais recentemente o Estado Islâmico que domina a Síria e uma boa porção do Iraque. Já essa preocupação entre britânicos e franceses pode estar ligada ao desafio das antigas nações coloniais, que tiveram grande fluxo de imigrantes no século 20, especialmente de suas antigas colônias, e acabaram se tornando Estados multiculturais.

Essas nações desenvolvidas precisam administrar grupos étnicos, integrá-los ao tecido social e ao mesmo tempo preservar seu patrimônio cultural. Os conflitos no Oriente Médio, por exemplo, reverberam nas populações de origem árabe nesses países. Ao mesmo tempo, a demanda por apoio militar no combate ao EI é como uma sombra pairando sobre economias que crescem pouco e tomam cada vez mais medidas de austeridade, que incluem cortes nas verbas para defesa.

Nesse mesmo cenário,  o aprofundamento do abismo social é um medo lógico, como a pesquisa mostra.

As questões ambientais são provavelmente o medo global mais recente, e o maior perigo para as populações da Ásia segundo a pesquisa. Um possível motivo é o modelo predatório que sustenta o crescimento vertiginoso da economia da China. Céus permamentemente cinzentos e ar contaminado são uma realidade no páis, e os efeitos da degradação podem ser regionais e mesmo globais, especialmente a longo prazo.

A urbanização é outro aspecto a ser considerado. Das 23 megacidades (com mais de 10 milhões de habitantes), 12 estão na Ásia: Pequim, Dhaka, Deli, Guangzhou, Karachi, Calcutá, Manila, Mumbai, o eixo Osaka-Kobe, Xanghai, Shenzhen e Tóquio – ao todo são cerca de 1 bilhão de pessoas vivendo em cidades densamente povoadas.Os países da região têm o desafio de administrar o custo ambiental do processo acelerado de crescimento urbano concentração de pessoas. 

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