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Artilharia voltada contra o EB na Guerra Hibriada

Após uma semana onde a artilharia pesada de um grande veículo de comunição (Globo) disparou seu projeteis em larga escala numa cadência contínua contra o Presidente em exercicio, buscando como objetivo A uma "paralisia estratégica" do governo.

Mas o que é "paralisia estratégica"? Podemos defini-la, fazendo um paralelo a estratégia militar, como um uso de alta tecnologia bélica, destinada a destruir, o mais rapidamente possível, a possibilidade de um governo comandar suas forças militares, pela destruição do próprio centro de governo e de todo o sistema de comunicações, controle e inteligência do país atacado.

A paralisia estratégica é, pois, uma expansão dramática da antiga guerra relâmpago (blitzkrieg) da doutrina alemã, que visava um ataque decisivo contra a frente adversária, para – por meio de pinças, penetrar profundamente na retaguarda, destruir o apoio administrativo/logístico e o sistema de comando da força oponente. Agora, trata-se de penetrar no sistema organizacional do país inteiro e provocar o colapso não de uma frente e a captura de um ou outro corpo de exército, mas da captura de um país inteiro.

A Paralisia Estratégica é, pois, a culminância dos princípios de Sun Tzu sobre ganhar as batalhas quase sem combater, pela dominação moral sobre o adversário. É, também, a culminância da guerra de manobra, pois permite derrotar inimigos até numericamente superiores e profundamente entrincheirados e organizados no terreno, cegando-o, pela destruição do sistema de inteligência e alto-comando.

Assim, não atingido uma vitória rápida e decisiva no objetivo A, partiu-se para o plano B, temendo-se, o que provalvlemente será uma guerra de atrito e aparentemente longa, volta-se agora para aqueles pontos de apoio do governo, aqueles que defenderam a Constituição e prestaram apoio a República. Em dois artigos publicados, um onde busca descredibilzar a atução do EB na Maré e um outro que busca "Goebbelizar" um boato. 

Leiam os  artigos publicados abaixo:

EXTRA (22/05/17) – Pesquisa feita na Maré revela avaliação negativa sobre ocupação

RIO – Entre abril de 2014 e junho de 2015, mais de 3 mil homens das Forças Armadas ocuparam 15 das 16 favelas do Complexo da Maré, preparando o terreno para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região. Passados quase dois anos do fim da operação, nenhuma UPP foi criada, e os números da violência subiram. Uma pesquisa inédita divulgada pela ONG Redes da Maré mostra ainda que a sensação de segurança não aumentou, na opinião de 69,2% dos moradores entrevistados. Segundo a ONG, somente nos primeiros três meses deste ano, ocorreram 13 mortes no complexo, contra 33 registradas em todo o ano passado. Para pedir o fim da escalada de violência, moradores e entidades estão convocando a população para um grande ato em defesa da paz, a Marcha contra a Violência na Maré, na próxima quarta-feira, às 13h, na Praça do Parque União.

Para Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré e coordenadora do estudo, o encontro vai servir para mostrar que as estratégias de ocupação precisam ser revistas e debatidas.

— As comparações com 2016 não deixam dúvidas. Os alunos já ficaram 11 dias sem aulas este ano por causa de confrontos, enquanto que, em 2016, foram 28 dias. Os postos de saúde fecharam as portas por 17 dias, contra 20 em todo o ano passado — diz Eliana, doutora em Serviço Social. — A ocupação das Forças Armadas, durante 15 meses, custou R$ 600 milhões. Enquanto isso, em seis anos, foram investidos R$ 303,6 milhões em projetos sociais pela prefeitura.

O evento de quarta, organizado pelo Fórum Basta de Violência, da própria Maré, ganhou a adesão de famosos. As atrizes Patrícia Pillar e Maria Luiza Mendonça, os artistas plásticos Adriana Varejão e Luiz Zerbini e o empresário e estilista Oskar Metsavaht já declararam apoio. As atrizes Carolina Ferraz, Camila Pitanga e Cissa Guimarães confirmaram presença.

— A violência é uma epidemia que mata todos nós, direta ou indiretamente — disse Cissa Guimarães. — Precisamos nos curar!

O artista plástico José Bechara espera grande engajamento:

— São ações que nos lembram do direito de sermos uma sociedade solidária e boa.

Esta semana, a Redes da Maré vai divulgar todos os dados da pesquisa “Percepção de moradores sobre a ocupação das Forças Armadas na Maré”. Realizado com o Peoples Palace Projects, da Queen Mary University of London, e com o apoio do Newton Fund, o estudo foi feito entre fevereiro e setembro de 2015. Foram entrevistados mil moradores, entre 18 e 69 anos, nas 15 favelas ocupadas pelo Exército (responsável por 80% do efetivo).

— No começo, os moradores acreditaram na ocupação, mas, no final, a maioria começou a não ver diferença entre o comportamento do Exército e o da polícia — resume Eliana.

Segundo a pesquisa, 34% dos entrevistados foram submetidos a revistas, 21,6% viram algum confronto violento entre soldados e criminosos e 8,7% tiveram a residência inspecionada. O estudo revela ainda que menos de um quarto considerou a ocupação ótima (4%) ou boa (19,9%), enquanto 75,3% a avaliaram como regular (49,5%), ruim (11,9%) ou péssima (13,9%).

Relato de baleado

A pesquisa, transformada um livro, traz o relato de Vitor Santiago Borges, de 31 anos, que ficou paraplégico depois de ser baleado por soldados do Exército, em fevereiro de 2015. Ele conta que voltava da Vila do João de carro com amigos, de madrugada, quando o veículo em que estavam foi alvo de vários tiros, numa rua deserta. O carro já tinha passado por uma revista. Vitor foi atingido nas costas e em uma das pernas. Pai de uma menina de 4 anos, ele diz que ficou em coma, passou 98 dias internado no Hospital Getúlio Vargas e um ano em cima de uma cama, na favela, sem receber assistência. Ele luta por uma indenização da União.

— Cansei de passar pelos militares nas esquinas e incentivar minha filha a acenar para eles. O Exército veio com ideias ótimas, de projetos sociais, de administração, mas fiquei completamente frustrado. O cara que acreditava agora está na cama, sem andar, por causa dos soldados — lamentou Vitor, que foi do Corpo de Dança da Maré.

O Comando Militar do Leste afirmou, em nota, que o processo está na Justiça Militar e que Vitor e sua família “receberam apoio médico, psicológico e de assistência social”, além de medicamentos. O carro foi alvejado, diz o CML, em defesa da tropa.
 

G1 (21/05/2017) – "Comandante do Exército defende intervenção militar após delação da JBS? Não é verdade!"¹ 

Uma mensagem que circula no Facebook e em grupos de WhatsApp afirma que o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, declarou que a denúncia contida na delação premiada da JBS foi a gota dágua que faltava para que setores das Forças Armadas iniciassem uma mobilização nacional para a volta dos militares ao poder e que a intervenção no caos político tornou-se consenso entre os militares. Não é verdade.

A mensagem atribui ao general a fala: "As Forças Armadas não vão deixar o país afundar".

A falsa mensagem afirma que as declarações foram dadas na quinta (18). Nesse mesmo dia, o general se posicionou publicamente no sentido contrário. No Twitter, afirmou: "A Constituição Federal Brasileira há de ser sempre solução a todos os desafios institucionais do país. Não há atalhos fora dela!"

Um dia depois, ele se encontrou com o presidente Michel Temer e reiterou publicamente o já dito: "Estive em audiência com o presidente e reafirmei o compromisso perene do @exercitooficial com a Constituição e em prol da nossa sociedade".

O general também já afirmou outras vezes que a tese de intervenção é absolutamente lamentável e um enorme desserviço à democracia. Um dos posts no Facebook que replicam mensagem falsa.

Veja o que diz a mensagem que circula nas redes sociais.

"O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, declarou nesta manhã de quinta-feira que a bomba atômica detonada pela JBS, delatando Temer, Aécio e a compra de silêncio de Cunha foi a gota dágua que faltava para que setores das Forças Armadas, principalmente da ativa, mas também da reserva, iniciassem uma grande mobilização nacional para a volta dos militares ao poder.

Villas Bôas confirma que a intervenção no caos político tornou-se consenso entre os militares do exército, marinha e da aeronáutica, contando ainda com o apoio das corporações estaduais e de boa parte da população civil. Lembra que em novembro, um grupo invadiu o plenário da Câmara dos Deputados pedindo a intervenção militar no País, foi um ponto de partida, disse ele: “preparem-se agora para os próximos capítulos!”

Na sequência afirmou: "As Forças Armadas não vão deixar o País afundar! Somos responsáveis! Defendemos a Constituição, a Lei e a Ordem! Não seremos coniventes, omissos, com corruptos, canalhas, covardes e ladrões!”."Eu respondo com o artigo 142 da Constituição. Está tudo ali. Ponto". Pelo artigo 142, "as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."

“Se o Presidente da República e um agente nocivo à nação, ameaça os poderes constitucionais e infringe a lei e a ordem, despiu-se ele de autoridade, merecendo, data venia, ser retirado imediatamente do poder, levado ao cadafalso”. Ele relata que passará a ignorar qualquer determinação do presidente Michel Temer e do ministro da Defesa, Raul Jungmann, e avisou que a tropa encontra-se indignada, com sentimento de revolta, determinada e disposta a dar um basta nos absurdos que estão ocorrendo no país, inclusive com o fechamento das casas legislativas.

O Exército também publicou uma nota oficial na sexta (19) para esclarecer sua posição. "O Centro de Comunicação Social do Exército informa que na tarde de hoje (19 de maio), convocados pelo sr. Ministro da Defesa, os três Comandantes de Força compareceram a uma audiência com o Sr. Presidente da República, em que foi discutida a conjuntura atual.

No encontro, foi destacada a estrita observância das Forças Armadas aos ditames constitucionais. O General Villas Bôas, Comandante do Exército, reafirma que a atuação da Força Terrestre tem por base os pilares da estabilidade, legalidade e legitimidade, e ressalta a coesão e unidade de pensamento entre as Forças Armadas", informa a nota.

¹por Roney Domingos

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