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Brasil esbarra em uma “muralha chinesa” para chegar ao Pacífico  

Os aliados do Palácio do Planalto são os mesmo que bloqueiam os planos de integração do integração e comércio na América do Sul, Foto – Observar a evolução da importância do crescimento do comércio com a China e os impacto em cada Estado da Federação


Nota DefesaNet

No mesmo dia em que o Relatório Reservado (primeiro texto) alertava as ações chinesas de bloquear os planos de Integração o governo Lula anunciava com pompa circunstância em seminário cuja Thread é publicada abaixo

Editor
DefesaNet


Brasil esbarra em uma “muralha chinesa” para chegar ao Pacífico

Relatório Reservado
14 Agosto 2024

O projeto do governo Lula de criar cinco rotas de integração e comércio na América do Sul, sob a batuta da ministra do Planejamento, Simone Tebet, corre o risco de ficar sem um de seus principais, se não o principal pilar: a abertura de uma saída logística para a Ásia pelo Pacífico.

Segundo informações que circulam em Brasília, as tratativas com as autoridades peruanas para o acesso brasileiro ao megaporto de Chancay, com inauguração prevista para novembro, estão esbarrando em uma muralha chinesa.

No último mês de maio, o Congresso peruano alterou a Lei do Sistema Portuário. Com a nova regra, todos os proprietários de portos privados de uso público passaram a ter direito de “exclusividade automática” no uso da instalação.

O timing da mudança não poderia ser mais conveniente para a chinesa Cosco Shipping Ports, responsável pelo projeto do Porto de Chancay. O grupo, um dos maiores operadores portuários do mundo, terá a prerrogativa de usar 100% do terminal, sem a obrigatoriedade de abri-lo para terceiros. Ou seja: a Cosco poderá determinar que empresas e cargas terão acesso ao porto.

E, nesse caso, Pequim usará de todo o seu poder de influência no Peru, que pode ser medido pelas volumosas cifras, seja em investimentos diretos em logística, mineração, infraestrutura, energia etc, seja na balança comercial, como responsável por um terço das exportações do país sul-americano. É um soft power nem tão soft assim.

O governo brasileiro recebeu informações de que a Cosco já tem diversos contratos amarrados com grandes grupos chineses que atuam no Peru, notadamente da área de mineração. Nos últimos dez anos, a China investiu mais de US$ 15 bilhões em extração de minérios no país sul-americano. Ao que tudo leva a crer, Chancay será uma “República Portuária da China” em território peruano, com espaço reduzido para cargas de “terceiros”, caso do Brasil.

Não foi por outro motivo que a Cosco e um consórcio de bancos chineses liderados pelo Bank of China e pelo China Minsheng Banking Corp. desembolsaram mais de US$ 3,5 bilhões no empreendimento.

O cenário atual contrasta com o discurso otimista de Simone Tebet em março deste ano, quando visitou as obras do Porto de Chancay no Peru. O complexo portuário integra a chamada Rota 3 de integração da América do Sul, entre as cinco traçadas pelo governo brasileiro. Ela envolve os estados do Acre e Rondônia, o norte do Mato Grosso do Sul, além de Bolívia e Peru. 

A dificuldade de acesso ao porto peruano desponta, desde já, como um fator de frustração para dois setores da economia brasileira em específico, o agronegócio e a mineração. Não quer dizer que as cargas brasileiras serão banidas de Chancay. No entanto, a prioridade será dos chineses, em função de seus negócios não apenas no Peru, mas em outros países da região.

No Chile, por exemplo, Pequim também tem investido pesado em mineração, notadamente de metais estratégicos para transição energética, como cobre e lítio. É dinheiro na veia para irrigar os interesses geopolíticos e econômicos dos chineses no continente. Mesmo com a ascendência natural do Brasil sobre a vizinhança sul-americana, é complicado competir com Pequim.


Thread ROTAS De INEGRAÇÃO

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