A nova unidade fabril na Índia da JD Taurus, joint venture entre a multinacional brasileira Taurus Armas S.A. e o grupo indiano Jindal Defence Systems Pvt Limited, iniciou em março de 2024 a produção de lotes piloto de armas de fogo.
Nesta etapa, a produção está sendo assistida no local pela equipe da Taurus do Brasil, conforme estabelecido no processo de transferência de tecnologia (ToT) e de know-how para os profissionais da planta indiana.
O objetivo dos lotes piloto é garantir que as condições técnicas, operacionais e de processo de fabricação estejam estabelecidas nos lotes industriais propostos, assim como um alto nível de segurança e qualidade para que os produtos e processos sejam reproduzidos em escala industrial.
A unidade da JD Taurus na Índia produzirá armas de fogo tanto para o mercado militar quanto civil. A produção de armas de fogo destinadas ao mercado militar, policial e de segurança ocorrerá de acordo com as licitações que serão conquistadas.
A planta atualmente tem uma capacidade de produção anual de até 250 mil armas, mas possui a possibilidade de aumento, dependendo da demanda.
A maior licitação já realizada no mundo, de 425 mil carabinas para o Ministério da Defesa da Índia, está em andamento e a JD Taurus está participando. A submissão de amostras de carabina ocorrerá em março de 2024 para as avaliações de qualificação, que seguirão um rigoroso protocolo de testes a serem realizados em uma base nos Himalaias em condições de baixa temperatura e no deserto em altas temperaturas. A empresa também participa de outras licitações de menor volume para polícias e forças paramilitares que, a médio prazo, os negócios estimados ultrapassam US$30 milhões.
A Taurus é conhecida no mercado global por preços competitivos, tecnologia de ponta, qualidade superior e alto volume de produção (que poucos fabricantes do setor são capazes). Esses são alguns dos fatores que fizeram a Taurus vencer, entre outras, a licitação para fornecer carabinas T4 ao Exército das Filipinas em 2022, competindo com outros grandes fabricantes internacionais de armas de fogo.
Pioneira
A Taurus, Empresa Estratégica de Defesa e membro da Base Industrial de Defesa do Brasil (BID), é pioneira no programa de transferência de tecnologia para o promissor mercado de Defesa indiano, em conformidade com o programa “Make in India” que visa desenvolver a indústria local. A JD Taurus é uma das primeiras empresas privadas a ter uma planta de armas leves no Estado de Haryana.
A parceria com a Jindal Defence, que contou também com apoio institucional da Nebraska Capital de Porto Alegre, foi celebrada em 2020 durante o primeiro Diálogo da Indústria de Defesa Brasil-Índia realizado no Fórum de Negócios Índia-Brasil (IBBF), organizado pelo Ministério das Relações Exteriores do Governo da Índia. Jindal Defence e Taurus Armas S.A. têm uma participação acionária de 51/49. Enquanto a Taurus contribui com sua tecnologia, a Jindal Defence aporta com o capital.
Dessa forma, o Brasil, conhecido como um país que tradicionalmente exporta bens do setor primário, tornou-se, através da Taurus, uma referência na exportação de tecnologia para um dos países mais importantes do mundo, o maior em termos de população e em um setor de Defesa extremamente estratégico, onde a Índia já se destaca em termos de investimentos para o desenvolvimento de armas e equipamentos com tecnologia de ponta.
Índia: Um grande mercado
A Índia possui uma das maiores Forças Armadas do mundo em termos de efetivo. Existem cerca de 1,4 milhão de militares. O mercado indiano possui cerca de 7 milhões de profissionais de segurança privada. Com uma população de mais de 1,4 bilhão de habitantes, a Índia é o país mais populoso do mundo.
Entre os anos de 2018 e 2022, a Índia foi o maior importador de armas do mundo e está entre os cinco primeiros países do mundo com maior gasto no setor de Defesa.
A Índia é considerada a quarta potência militar do mundo, atrás apenas dos EUA, Rússia e China. Além disso, possui o quinto maior PIB do mundo, à frente de países como Reino Unido, França, Itália, Canadá, Rússia e Coreia do Sul.
O potencial na Índia no setor de Defesa é imenso. Os empregos criados com a nova planta e a transferência de tecnologia estão sem dúvida fazendo desta uma nova era no setor de Defesa indiano.
