André Luís Rosa e Poliana Casemiro
G1 Vale do Paraíba e Região
20 Fevereiro 2020
A Boeing planeja para maio o início das operações da nova empresa de aviação a ser formada em fusão com a Embraer. A negociação entre as fabricantes, que prevê a criação de uma joint venture que englobará o braço de aviação comercial da Embraer, ainda depende da aprovação da União Europeia.
A informação foi dada em entrevista de Marc Allen, executivo da Boeing que lidera o processo de fusão, à Rede Vanguarda, afiliada da Globo. A nova empresa de aviação irá se chamar Boeing Brasil Commercial.
“Nós estamos planejando com a aprovação para primeira semana de maio. Claro que precisamos esperar o sinal verde da União Europeia. Assim que tivermos o sinal verde, nós vamos começar”, disse.
Na entrevista, Marc Allen também classificou como 'notícia fantástica' a decisão do CADE pelo arquivamento do recurso do Ministério Público Federal (MPF), que pedia que o órgão reavaliasse a operação entre as empresas.
Segundo o executivo, o acordo já tem a aprovação de vários outros países no mundo e a Boeing está engajada para que todas as aprovações saiam dentro do cronograma planejado pela empresa.
Marc Allen disse que a empresa não pretende demitir, mas expandir o mercado de aviação, com projeção de geração de empregos.
“Essa parceria é sobre criar empregos no Brasil, nos Estados Unidos e no mundo. É fundamental para a inovação criar produtos com valor agregado. [Essa parceria] é sobre criar dentro da Boeing novas capacidades e maneiras de expandir os horizontes. A gente vai crescer. Essa parceria é a nossa promessa. Vamos pegar as melhores capacidades aeroespaciais, do time em São José e Seatle, por exemplo, e formarmos um grande time”.
Marc ainda falou que a inclusão de São José dos Campos no ‘grande time’ não trata apenas dos empregados diretos, mas de toda a cadeia produtiva que serve a Embraer.
O executivo não citou números ou projetos, mas afirmou que o primeiro passo concreto para a expansão é usar a unidade em Taubaté para fornecer trens de pouso para a Boeing. De acordo com Allen, a fabricante americana hoje depende de fornecedores para a peça, mas o projeto é ampliar a unidade para que, com a fusão, isso passe a fazer parte da Boeing.
“Taubaté tem uma capacidade que a Boeing não tem de fornecer trens de pouso. Nós dependemos totalmente de fornecedores de trens de pouso, então pense na diferença. Você em uma capacidade única de desenvolver componentes para aviões e isso é muito animador. Nós projetamos aviões de maneira muito diferente. E estamos aprendendo uns com os outros", concluiu.
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