As últimas comunicações entre o avião da Malaysia Airlines que desapareceu no sudeste asiático na madrugada de sábado (tarde de sexta-feira em Brasília) e as torres de controle não indicavam problemas com a aeronave.
A última comunicação emitida pela tripulação do voo MH370, que seguia entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo, foi divulgada nesta quarta-feira pelas autoridades da Malásia aos familiares de 154 passageiros chineses que estavam no avião.
Cerca de 300 pessoas estão reunidas em um hotel de Pequim em busca de informações sobre os familiares que estavam no avião, em meio ao crescente mistério sobre seu paradeiro e as informações contraditórias sobre o que ocorreu com a aeronave.
Em resposta aos questionamentos recebidos, as autoridades malaias divulgaram a última comunicação registrada do avião, com a Torre de Controle Aéreo da Malásia, quando o avião sobrevoava a fronteira entre os espaços aéreos malaio e do Vietnã, sobre o Mar do Sul da China.
A torre enviou uma mensagem de rádio avisando que estava transferindo o controle à torre de Ho Chi Minh, no Vietnã, e recebeu uma resposta padrão: "Alright, roger that" (no jargão usado pelo controle aéreo, algo como "Tudo bem, entendido").
Minutos depois dessa comunicação, o avião desapareceu dos radares.
Mudança de rota
Equipes de buscas vasculham as águas de ambos os lados da península da Malásia, em meio à confusão de informações e hipóteses sobre o que poderia ter ocorrido ao avião.
Passados mais de cinco dias do desaparecimento da aeronave, uma área de milhares de quilômetros quadrados no mar já foi vasculhada, mas até agora não há sinais do avião.
As autoridades responsáveis pelas investigações estão considerando seriamente a possibilidade de que a aeronave pode ter alterado sua rota em meio ao voo, mas o comandante da Força Aérea da Malásia negou relatos de que os radares militares mostrariam o avião no outro lado da península da Malásia.
Outra nova pista que está sob investigação é o relato de um funcionário de uma plataforma de petróleo no Mar do Sul da China, que disse ter visto um objeto em chamas no céu nas primeiras horas do sábado.
As autoridades afirmaram também que estão verificando os relatos de familiares de passageiros que afirmam que seus celulares ainda estão tocando quando contactados, o que indicaria que não foram destruídos e estariam em área coberta por sinais de telefonia.
Pistas desencontradas
Até o momento, há poucas informações concretas sobre o que pode ter ocorrido com o avião, ainda que pistas esporádicas venham sendo aventadas, sem conclusão definitiva.
Na terça-feira, as autoridades da Malásia divulgaram que dois homens que viajavam no voo MH370 com passaportes roubados eram iranianos sem ligações aparentes com grupos terroristas.
Enquanto isso, a Malaysia Airlines disse em um comunicado que estava "chocada" com relatos sobre Fariq Ab Hamid, co-piloto do avião desaparecido.
Uma turista australiana disse a uma TV local que ela e uma amiga foram convidadas a se sentar dentro da cabine de comando por Hamid e o piloto durante um voo em 2011, em uma aparente violação das normas de segurança da companhia.
A Malaysia Airlines disse estar analisando os relatos "com seriedade".
"Não fomos capazes de confirmar a validade das fotos e dos vídeos do incidente alegado. Como vocês sabem, estamos no meio de uma crise, e não queremos desviar a atenção", disse o comunicado da empresa.
Nos Estados Unidos, o diretor da CIA (a agência de inteligência dos Estados Unidos), John Brennan, disse que a possibilidade de um ataque terrorista contra o avião não poderia ser descartada.
Apesar disso, ele afirmou que "nenhuma reivindicação de autoria" sobre o desaparecimento do avião havia sido "confirmada ou corroborada".