Em um pronunciamento realizado no Salão Oval da Casa Branca nesta sábado, 22 de março de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou a assinatura de um contrato com a Boeing para o desenvolvimento da próxima geração de aviões de combate no âmbito do programa Next Generation Air Dominance (NGAD).
A decisão marca o desfecho de uma acirrada competição entre as principais empresas aeroespaciais americanas, com a Força Aérea dos EUA (USAF) optando pela gigante de Seattle para liderar o projeto que substituirá o caça furtivo F-22 Raptor, em serviço há mais de 20 anos.
“Após uma concorrência rigorosa e exaustiva, a Força Aérea concedeu o contrato do NGAD à Boeing. Será uma aeronave revolucionária, operando ao lado de drones não tripulados, e não há nada no mundo que se compare a isso. Os generais escolheram o nome F-47, um número especial – eu sou o 47º presidente, afinal”, declarou Trump, destacando o simbolismo da designação. O presidente, no entanto, evitou detalhar o valor do contrato, citando razões de segurança nacional.

O NGAD, concebido para manter a supremacia aérea americana em um cenário de ameaças globais em evolução, representa um marco tecnológico e estratégico. A nova plataforma promete integrar capacidades avançadas de stealth, sensores de última geração e sistemas de inteligência artificial, além de operar em conjunto com uma rede de drones, ampliando sua flexibilidade tática. O programa, contudo, enfrentou obstáculos nos últimos anos. Em 2024, o projeto foi temporariamente suspenso devido a preocupações com os custos, uma questão sensível para o segundo mandato de Trump, que tem priorizado a eficiência financeira sob a influência do bilionário Elon Musk, encarregado de revisar os gastos federais.
A escolha da Boeing chega em um momento crítico para a empresa, que enfrentou um 2024 turbulento. Uma prolongada greve trabalhista e incidentes de segurança envolvendo alguns de seus modelos comerciais abalaram sua reputação e finanças. O contrato NGAD, portanto, surge como um impulso significativo, reforçando sua posição como um dos pilares da indústria de defesa americana.
Os custos do programa, no entanto, continuam a gerar debate. Em 2018, a Comissão de Orçamento do Congresso estimou que cada unidade do NGAD poderia alcançar US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 1,7 bilhão na cotação atual), valor substancialmente superior ao de outras aeronaves em serviço, como o F-35. Embora o montante final permaneça sob sigilo, a administração Trump enfrenta o desafio de equilibrar inovação tecnológica com a pressão por contenção de despesas.

O anúncio reafirma a aposta do governo em fortalecer as capacidades militares dos EUA, ao mesmo tempo em que sinaliza confiança na recuperação da Boeing. Resta agora acompanhar como o programa avançará em meio às demandas por eficiência e às expectativas de um Pentágono que busca manter a liderança estratégica em um cenário global cada vez mais competitivo.