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THALES – Marinha do Brasil mantém autonomia tecnológica em sistemas de comunicação de futuros submarinos

Quando a Marinha do Brasil encomendou quatro novos submarinos à França em 2009, os requisitos técnicos eram bastante específicos.

Em particular, se tratava de o Brasil manter o controle sob suas capacidades e garantir soberania nacional – essa questão estava acima, até mesmo, de preocupações quanto à dependência de parceiros estrangeiros para fornecer manutenção e suporte permanente para as futuras embarcações.

Os sistemas de comunicação para os submarinos incorporam dois componentes carros-chefes da Thales: o NGIN VoIP e o sistema centralizado de gerenciamento de comunicações PARTNER. As transferências de tecnologias nesse campo tecnológico são sempre uma questão de equilíbrio delicada, uma vez que as nações compradoras sempre buscam autonomia na manutenção de seus sistemas, além de acrescentar novas características e funcionalidades  – isso significa, no futuro, não depender do design original e, até mesmo, que essas nações podem vir a desenvolver seus próprios sistemas, comercialmente competitivos, inclusive.

No entanto, a Thales compreendeu plenamente os requisitos da Marinha do Brasil e ambas as partes chegaram a um acordo: a tecnologia dos sistemas de comunicação foi transferida à Omnisys, empresa brasileira integrante do Grupo Thales, com engenheiros navais recebendo treinamento e capacitação junto com os profissionais da Omnisys.

Primeiro passo: compreendendo os novos sistemas de comunicação

Em março de 2017, dois funcionários da Omnisys, e três militares da Marinha do Brasil, foram enviados a Gennevilliers, na França, para participar da primeira fase da operação de transferência de tecnologia (ToT, na sigla em inglês), onde aprenderam sobre a estrutura interna dos sistemas NGIN e do PARTNER e se habituaram aos diferentes módulos e interfaces dos dois componentes.

O treinamento durou várias semanas, e a equipe de brasileiros retornou com um entendimento sólido dos fundamentos de engenharia por trás dos dois sistemas de comunicação. De acordo com os profissionais, o processo de capacitação foi transparente e aberto por parte das equipes francesas.

Segundo passo: (re)configurar o software

Em junho de 2018 foi iniciada a segunda fase da transferência tecnológica, que se estendeu até metade de outubro com um intervalo de seis semanas durante o verão europeu. Novamente, uma equipe de cinco brasileiros a serviço da Omnisys e da MB foram à França para se capacitarem a operar os softwares dos sistemas PARTNER e NGIN e executarem manutenções como reconhecimento de novos equipamentos de rádio ou emissão de novos endereços de IP. Entre outras capacidades transferidas aos profissionais brasileiros estão a detecção e solução de ‘bugs’ nos sistemas operacionais.

Até o fim do ano, a THALES deve entregar uma plataforma de teste à Omnisys com todos os ambientes de desenvolvimento de software requisitados, bem como a capacidade de simular os sistemas de comunicação dos futuros submarinos da Marinha. Com esse equipamento de teste, os engenheiros poderão testar em detalhe novas configurações e atualizações antes de os softwares serem incorporados às embarcações.

Passo 3: manutenção dos equipamentos e componentes

Em 2019 deve ter início a terceira etapa de transferência de tecnologia e capacitação de pessoa, dessa vez nas instalações da OMNISYS São Bernardo do Campo, onde engenheiros serão capacitados a terem total autonomia na detecção e solução de problemas de hardware, bem como na gestão de estoque de peças sobressalentes e instalação de novos componentes.

No dia 14 de dezembro de 2018, a Marinha do Brasil lança ao mar o Submarino “Riachuelo”, o primeiro de uma série de quatro submarinos convencionais e um com propulsão nuclear que estão sendo construídos pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).

O “Riachuelo” estará pronto para iniciar os testes de porto, nos quais serão avaliadas a estanqueidade, a flutuabilidade e o equilíbrio do navio. Após todos os testes, que durarão cerca de dois anos, incluindo testes de mar, o submarino será finalmente incorporado à Força de Submarinos, subordinada ao Comando-em-Chefe da Esquadra brasileira.

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