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Tecnologia eVTOL é discutida em feira de drones em São Paulo

Especialistas do DECEA discutiram novo tipo de aeronave elétrica que deverá transportar passageiros no Brasil a partir de 2025

Tenente Fernanda Pereira/DECEA

Carro voador, táxi aéreo ou helicóptero elétrico? O que é o tão comentado eVTOL? Quando ele será uma realidade no mundo e no Brasil e quais suas consequências para a sociedade e para o espaço aéreo? Essas foram algumas das perguntas respondidas pelos especialistas do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), organização da Força Aérea Brasileira, durante o “1º Fórum eVTOL – Desafios e Oportunidades” realizado na feira DroneSHOW 2023, no dia 10/05, em São Paulo.  

A sigla eVTOL vem do termo em inglês “electric vertical take-off and landing”, que significa aeronave elétrica com capacidade de pousar e decolar na vertical. Apesar de não ser o mesmo que um drone, o tema foi inserido pela primeira vez na feira, devido ao avanço do assunto no Brasil e no mundo, movimentando o mercado e gerando novas demandas para os órgãos reguladores, como DECEA e ANAC. 

De acordo com o Capitão Márcio André da Silva, gerente do projeto UAM do DECEA, palestrante e mediador do Fórum, já existem mais de 6.000 ordens de compras dessas aeronaves no mundo e quase 600 apenas no Brasil. “Uma das principais diferenças entre o eVTOL e o drone é que o primeiro irá transportar pessoas, o que provoca muitas alterações do ponto de vista da regulamentação. Outra diferença está nas áreas de operação e das tecnologias embarcadas, que são muito mais parecidas com as que são encontradas nas aeronaves tradicionais. Não se trata de um carro evolutivo ou de um táxi aéreo, estamos falando de um novo tipo de aeronave que representa um salto disruptivo, uma nova fase da história da aviação, que se assemelha ao momento do advento do helicóptero ou da aviação a jato, por exemplo”, destacou o Oficial. 

Os especialistas do DECEA reforçaram que, no início das operações, o eVTOL deverá ter piloto a bordo, mas a tendência é que evolua até se tornar remotamente pilotado e, num futuro mais distante, autônomo. Outro palestrante do Fórum, o Capitão Robson Batista Cunha dos Santos, assessor da Seção de Planejamento de Sistemas de Aeronaves Não Tripuladas (UAS), adiantou que os primeiros voos desse tipo de aeronave no Brasil devem ocorrer entre 2025 e 2026. 

O militar também explicou que existem outros desafios, como a aceitação pública, o desenvolvimento de tecnologias de suporte, a habilitação de pilotos e a necessidade de infraestrutura de vertiportos (aeroportos de eVTOL). “A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) já trabalha acompanhando o processo de certificação dos eVTOL. Em paralelo, o DECEA desenvolve o projeto visando preparar a estrutura do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro para viabilizar a operação dessas aeronaves de forma segura e integrada às demais aeronaves. Nós difundimos a importância das diversas organizações envolvidas trabalharem de forma colaborativa para a implementação desse conceito. O resultado será a disponibilidade de um novo modal aéreo que permitirá maior acessibilidade para os passageiros nas grandes metrópoles”, concluiu o especialista.

Fotos: Cabo Bill Clinton (COMGAP)

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