2S SAD Renata E Major Monteiro
O Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico Amazônico (SALVAERO) foi notificado, no dia 7 de setembro, sobre o desaparecimento de um helicóptero Robinson R44, que havia decolado da cidade de Jacareacanga (PA) com destino a Itaituba (PA). A bordo do helicóptero estavam quatro pessoas. A aeronave SC-105 Amazonas, operada pelo Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAV) – Esquadrão Pelicano, foi acionada para iniciar as buscas.
O engajamento do SC-105 iniciou-se à noite e foi possível que o Esquadrão Pelicano utilizasse as Técnicas Operacionais de Busca e Resgate com óculos de visão noturna (NVG, sigla em inglês para Night Vision Goggles) e o sistema eletro-óptico infravermelho da aeronave com câmera FLIR (Forward Looking Infra-Red), desenvolvidas pelo Instituto de Aplicações Operacionais (IAOp) em Avaliação Operacional (AVAOP).
O helicóptero Robinson R44 foi localizado pela tripulação do SC-105 em um banco de areia do Rio Patajós, onde o piloto e os passageiros foram resgatados com vida pela aeronave H-60 Black Hawk, do Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7°/8° GAV) – Esquadrão Harpia. Esta foi a primeira missão de Busca do Esquadrão Pelicano em que foi possível utilizar as Técnicas Operacionais para localizar os sobreviventes.
Técnica Operacional
Uma Técnica Operacional é uma combinação de diversos procedimentos que visam a otimizar um determinado parâmetro, independente do cenário de aplicação. Nesta missão em específico, as técnicas empregadas correspondem a perfis de voo e configurações dos equipamentos que maximizam a probabilidade de detectar os desaparecidos.
Segundo o Comandante do Esquadrão Pelicano, Tenente-Coronel Aviador Leonardo Machado Guimarães o momento foi fruto da dedicação de anos de trabalho daqueles que antecederam e também de horas de estudo e dedicação do IAOp na determinação de parâmetros de emprego. "Nessa união de estudo entre o Esquadrão Pelicano, IAOp, Comando de Preparo (COMPREP) e Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), a Força Aérea e o Brasil se colocam na vanguarda da Busca e Salvamento no mundo”, explicou.
Já o Diretor do Instituto de Aplicações Operacionais, Coronel Aviador Alessandro Sorgini D’Amato, enfatizou sobre a qualificação dos militares. "A busca realizada pelo 2º/10º GAV materializa os benefícios de um ciclo que é composto pela formação acadêmica de militares no PPGAO (Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais), pela geração de Técnicas pelo IAOp, por meio das Avaliações Operacionais e, finalmente, pelo emprego real dos Esquadrões Aéreos”, descreveu.
Instituto de Aplicações Operacionais – IAOp
Criado em 2013, o IAOp é uma Organização Militar subordinada ao Comando de Preparo (COMPREP) e sediada no campus do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP) que tem por missão conduzir as atividades de Aplicações Operacionais e gerar Conhecimento Operacional, o que é feito por meio do desenvolvimento de Técnicas, Táticas e Soluções Operacionais.
O IAOp realizou também, neste ano, a Avaliação Operacional do sistema de lançamento de cargas da aeronave SC-105 Amazonas, visando a garantir maior precisão no lançamento de fardos de suprimentos para apoiar os sobreviventes e as equipes de resgate em locais de difícil acesso.
Fotos: Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV), IAOp, Sargento Johnson/CECOMSAER