O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) registrou até 31 de julho 103 acidentes na aviação do país. Os dados foram divulgados pelo chefe do CENIPA, Brigadeiro do Ar Luis Roberto do Carmo Lourenço, durante o Simpósio Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, realizado neste sábado (17/8) em São Paulo. Pilotos, mecânicos, proprietários de empresas e operadores de aeronaves participaram ao longo do dia de palestras voltadas a promoção da cultura de segurança na aviação.
Apesar do número expressivo de acidentes, a expectativa é que o índice se estabilize este ano. “Alcançando essa estabilização, a tendência é que as ocorrências entrem numa curva descendente nos próximos anos", disse o Brigadeiro Lourenço.
O chefe do CENIPA abordou também os vilões dos acidentes aeronáuticos e falou do “jeitinho brasileiro”: em cerca de 35% das ocorrências, há violação de leis e normas da aviação. "Não somente o CENIPA, mas todos que estão ligados à aviação têm que trabalhar ainda mais para que os acidentes diminuam. Ninguém pode se eximir dessa responsabilidade”, completou.
O chamado "fator humano", que está presente cerca de 90% dos acidentes, foi abordado pela norte-americana Katherine Lemos, professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “A investigação é muito trabalhosa. Por isso, as informações obtidas nesse processo precisam ser compartilhadas ao máximo entre a comunidade aeronáutica”, disse.
O aumento da frota de aeronaves no país, aspectos jurídicos da aviação e os projetos e perspectivas dos fabricantes também foram temas abordados durante o simpósio. No final, o chefe do CENIPA reafirmou: “a prevenção é responsabilidade de todos”.