Júlio Ottoboni
Exclusivo DefesaNet
A Sikorsky Aircraft Corporation chegou aguçando rivalidades e animosidade, tanto entre cidades como com a concorrente Helibras. A empresa norte-americana formalizou, em São José dos Campos, um acordo de colaboração com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). E praticamente sacramentou sua ida para o polo de Taubaté, cidade vizinha que já tem uma unidade da Embraer, parceira da Sikorsky.
Esse é o primeiro passo para consolidar uma arrastada negociação que desde os anos 80 com a direção da Embraer para produzir helicópteros no Brasil, competindo de frente com os produtos da Helibras, que também surgiu no ITA, em São José dos Campos, e depois migrou para o cidade mineira da Itajubá.
O objetivo da parceria Sikorsky-ITA é desenvolver o conhecimento e promover o desenvolvimento de tecnologias para aeronaves de asas rotativas no Brasil. Isso faz parte do programa de expansão do instituto aeronáutico. Entretanto, confrontaria com os investimentos da Helibras e do governo de Minas Gerais estão fazendo em Itajubá, para constituir o grande polo de aeronaves de asas rotativas.
A Sikorsky chega logo depois da Rússia desistir de criar uma fábrica de helicópteros no país, depois de analisar a situação do mercado e a instabilidade criado pelo governo federal junto às empresas de defesa, com a falta de repassasse de recursos e o não cumprimento de acordos comerciais firmados. A empresa procura parceiros no Brasil desde 2012 e esperava fechar algum negócio até o final do ano passado, mas a instabilidade econômica do país tem adiado a decisão.
A prefeitura de São José dos Campos tentou atravessar o negócio firmado com Taubaté e ofereceu uma área de 130 mil metros quadrados para a companhia norte-americana se instalar na cidade, dentro do Parque Tecnológico. A área disponibilizada em Taubaté já conta com um prédio, que foi de uma fábrica, e se encontra no Distrito Industrial do Una 1. Isso facilitaria a instalação imediata do centro de manutenção e da futura unidade de produção.
Além disto, Taubaté tem uma unidade do Comando de Aviação do Exército ( Cavex), que se utiliza de suas aeronaves e é o principal motivo, neste momento, da chegada da Sikorsky e da intenção de criar uma base fabril em parceria com a Embraer, pois entende que o mercado militar regional da América do Sul necessitará de atendimento nos próximos anos, pois há uma demanda reprimida, além de ser uma fatia de mercado que a Helibras não tem atendido.
História Antiga
A Sikorsky, no passado, chegou a aventar a possibilidade de parcerias com a própria Embraer e a Avibras, ambas empresas do polo aeroespacial do Vale do Paraíba paulista, porém se efeitos práticos. Em uma das ocasiões, chegou-se até anunciar a produção de helicópteros nas unidades dessas empresas.
O protocolo foi assinado pelos representantes da Sikorsky e pelo reitor em exercício do ITA, professor Fernando Sakane. O Acordo de Colaboração para Inovação em Aeronaves de Asas Rotativas inclui a criação de um Laboratório de Inovação nas dependências do ITA, além de bolsas de estudo para projetos de tese de graduação em tecnologia de helicópteros.
“Essa parceria veio para ficar, pois há muita experiência dos dois lados”, sintetizou Antônio Pugas, vice-presidente da Sikorsky na América Latina. Ele disse que a empresa foi fundada há 90 anos e desenvolveu o Black Hawk e o Sea Hawk, dois dos helicópteros militares mais conceituados do mundo. “A América Latina é muito importante em nossa estratégia de desenvolvimento, e queremos que o Brasil seja a nossa âncora na região. Existe aqui um potencial de mercado considerável”, acrescentou.
Apesar da chega da empresa, o setor de helicópteros no país vive uma forte retração, o que levou a uma crise na fábrica Helibras, a maior produtora desses aparelhos no país e que visa agora buscar o mercado latino americano. Segundo Pugas, a intenção não é apenas trazer helicópteros para o Brasil, mas contribuir com o desenvolvimento da indústria aeronáutica.
Atualmente, o Brasil tem um pouco mais de 1.650 helicópteros registrados, sendo que cerca de 10% deles são de fabricação da Sikorsky. A provável parceira numa eventual produção será a Embraer, pois relacionamento entre as duas empresas vem desde o início na década de 80. Neste período a Sikorsky transferiu para a Embraer a tecnologia de produção de materiais compostos, que hoje é usada em aviões feitos pela ex-estatal.
“Vamos criar a próxima geração de engenheiros de helicópteros no Brasil. Os estudantes que participarão deste programa terão a oportunidade de quebrar barreiras, construindo helicópteros que voem mais alto, mais longe, e de forma mais segura, econômica e silenciosa que todos os que existem atualmente”, completou Chris van Buiten, vice-presidente de Tecnologia e Inovação da Sikorsky.
Nota DefesaNet
Há um enfoque muitas vezes erôneo da perspectiva da EMBRAER. Atualmente ela não busca helicópteros no temo técnico básico.
Mas, sim alternativas de aeronaves que tenham pouso e decolagem em curto espaço . A perspectiva de ter grandes áreas para expansão de aeroportos em áreas urbanas, ou próximas destas, é cada vez mais restritiva.
Tendo como meta a ação do aeroporto London City, com estritas medidas de ruido e performance e EMBRAER procura desenolvwer alternativas a estas demandas.
Pela postura da empresa americana ela simplesmente reproduzir o BlalckHawk no Brasil. Uma tecnologia do anos 70 amplamente ultrapassada.