Em um futuro próximo, o Ministério da Defesa da Rússia anunciará um dos mais interessantes concursos de aviação da história pós-soviética: os militares precisam de um novo avião de patrulha para substituir na frota de aeronaves da marinha as envelhecidas máquinas de fabricação soviética – Il-38 e Tu-142. A lista de candidatos para participação na licitação é bastante curta.
Aviões de patrulha, hoje em dia, estão se tornando cada vez mais populares na Força Aérea e executam uma variedade de tarefas. Em tempo de paz – patrulham as águas territoriais e a zona econômica exclusiva em busca de piratas, caçadores furtivos e contrabandistas, executam operações de busca e salvamento, vigilância ambiental, inteligência meteorológica. Em tempo de guerra, essas máquinas podem ser usadas para reconhecimento ou ataque a submarinos e navios de superfície do inimigo.
No desenvolvimento dessas máquinas, hoje, distinguem-se duas direções: a primeira – o uso de aviões relativamente baratos e leves, baseados em aviões de curta distância a turboélice/turbojato com um peso de decolagem de 50 toneladas.
A segunda direção – a encomenda de aviões relativamente grandes na categoria de peso de mais de 80 toneladas, capazes de permanecer no ar 10-12 (e mais) horas. Qual destas direções é aceitável para a Rússia?
Para o papel de avão “grande” hoje há apenas dois candidatos: o hidroavião A-42 da agência Beriev de Taganrog, e a versão “militarizada” do avião civil Tu-204/214.
A principal vantagem do avião de Taganrog é sua capacidade de “anfíbio” – a possibilidade de decolar e pousar na água aumenta significativamente seu potencial de salva-vidas. No entanto, esta capacidade de pousar na água aumenta o custo e o peso da máquina, e além disso é algo usado raramente. E com a existência do avião “quase de série” Be-200 que pode ser usado para tais operações, fazer um avião de patrulha da Marinha anfíbio dificilmente faz sentido.
O Tu-204/214 já está sendo produzido em série e está sendo fornecido para as necessidades do Ministério da Defesa – esses aviões são usados para reconhecimento, controle da aeronaves, e relé baseado no Tu-214. Além disso, este aparelho tem potencial para aumentar o alcance e a duração de patrulha até 20 horas ou mesmo mais. Isto irá permitir que ele substitua não só o IL-38, que é concebido para patrulhar dentro 2.000-2.500 quilômetros da base, mas também o Tu-142, capaz de se distanciar do aeroporto para mais de 5000 km e patrulhar áreas remotas durante longos períodos de tempo.
É também importante que uma encomenda de máquinas Tupolev permitira apoiar o programa Tu-204/214 que hoje dificilmente encontra clientes civis. Desse ponto de vista, a escolha mais eficaz é adotar como versão base o Tu-204SM produzido pela usina Aviastar de Ulyanovsk. Esta planta já provou sua capacidade de expandir rapidamente a produção de Tu-204, realizando a encomenda de Red Wings.
Quanto a aviões de “zona próxima”, o hipotético por enquanto An-148P (ou até o An-140P) poderia ser usado para patrulhar as águas do Mar Negro, Báltico, Mar Cáspio e Mar do Japão. Este avião será necessário não só para a aviação naval. Ele seria útil também para o ministério de emergências e para muitos outros usuários – até grandes produtoras de petróleo e gás efetuando extração sobre água.
Uma encomenda militar tando do “grande”, como do “pequeno” avião de patrulha, neste caso, poderia dar um impulso a um projeto que irá trazer benefícios durante muitas décadas.